Homem suspeito de comandar esquema de tráfico de drogas pelos Correios é preso em Minas Gerais
Segundo a Polícia, o homem era de classe média alta e morador de bairro nobre de Belo Horizonte
Um homem suspeito de comandar um esquema de tráfico de drogas pelos Correios foi preso em Belo Horizonte, em Minas Gerais.
O suspeito, um engenheiro civil, de 28 anos, foi preso nesta segunda-feira (19) na região centro sul de Belo Horizonte após receber um pacote dos Correios contendo droga conhecida como skunk. Ao avistar os agentes, o suspeito tentou se desfazer da encomenda arremessando-a para o alto mas o pacote foi recuperado pelos policiais.
“Na casa dele havia mais quantidades, de outras variedades. Em uma tentativa desesperada, ele gritou, e a namorada dele, assustada, jogou drogas pelo vaso. Algumas foram descartadas e outras retornaram. Na caixa de esgoto também havia entorpecentes”, informou o delegado Davi Moraes que está a frente das investigações.
Os policiais apreenderam 140 pontos de LSD e ecstasy, maconha e skunk, uma espécie de maconha adulterada e “superpotente” além de mais de R$ 4 mil em dinheiro.
Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), a prisão em flagrante foi efetuada a partir do serviço de inteligência e monitoramento da corporação juntamente com o trabalho investigativo realizado pelo Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc) e trocas de informações com o setor de Inteligência dos Correios.
De acordo com o chefe de divisão do Denarc, delegado Rodolfo Tadeu Machado, a modalidade de distribuição das drogas seria uma espécie de “tráfico gourmet”, na zona Sul da capital, com recebimento dos entorpecentes via serviço de entrega. O suspeito usava da condição social privilegiada para não levantar suspeitas.
“O bairro que ele usava era o Cidade Jardim. Era uma pessoa acima de qualquer suspeita. É um rapaz de 28 anos, de classe média alta, e usava essa condição social dele para fazer a distribuição de drogas. Fazendo a aquisição e recebendo as encomendas através das empresas de entrega, ele dificultava a atuação dos órgãos preventivos, pois sabia que dificilmente seria abordado transportando drogas. E, se isso ocorresse, sempre em pequenas quantidades, se passando por usuário”, detalhou.
Já segundo o delegado Moraes, o trabalho é um desdobramento de uma operação realizada recentemente pelo Denarc, com apoio da Coordenação de Operações com Cães da PCMG, no centro de distribuição dos Correios na capital. “Desde então, vínhamos monitorando. Ontem, percebemos que havia essa entrega e montamos a ação policial para verificação das informações”, conta.
Ainda segundo Moraes, a namorada do suspeito, de 38 anos, foi testemunha e, na delegacia, informou que o homem, por meio de seus contatos em aplicativos de comunicação, realizava a venda de substâncias para conhecidos e pessoas de círculo social. Quanto à distribuição aos consumidores finais, no bairro Cidade Nova e redondezas, Moraes completa que era feita a pé pelo investigado e alguns buscavam na casa dele.
“Ele tentou manter uma rede de clientela que conhecia, acreditando estar mais seguro assim, mas as informações constam que ele já tinha realizado contato com mais de 400 pessoas”, acrescenta o delegado, informando que o suspeito até então não havia sido descoberto.
“Ele tentou o tempo todo se passar por usuário. Depois acabou falando que só queria fazer o rateio entre amigos, mas isso por si só seria o tráfico”, conclui.
As investigações prosseguem para identificar quem eram os fornecedor das drogas, bem como os usuários.