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    Jussara Soares
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    Jussara Soares

    Em Brasília desde 2018, está sempre de olho nos bastidores do poder. Em seus 20 anos de estrada, passou por O Globo, Estadão, Época, Veja SP e UOL

    Improviso levou Lula à fala “desastrosa”, avaliam diplomatas

    Avaliação de diplomatas é de que Lula estava à vontade e ao falar de improviso acabou fazendo a comparação sem considerar o impacto

    A fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparando a ofensiva de Israel sobre a Faixa de Gaza ao holocausto é considerada por diplomatas uma gafe com consequências “desastrosas” para o Brasil.

    Entre essas consequências, estaria a exclusão do Brasil como um interlocutor importante para o fim da conflito entre Israel e Hamas, posição que o próprio presidente vinha buscando desde o início do enclave em outubro.

    Durante a coletiva de imprensa que encerrou sua viagem à África, Lula disse que o Exército israelense comete genocídio e fez alusão à matança de judeus por Adolf Hitler.

    “O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse.

    A avaliação de diplomatas é de que Lula estava à vontade e ao falar de improviso acabou fazendo a comparação sem considerar o impacto. Para essas fontes, Lula não fez um ataque “deliberado”, mas cometeu um “equívoco”.

    Até então, em discursos preparados, o presidente vinha mantendo o cuidado de também condenar os atos terroristas do Hamas ao fazer críticas à reação de Israel.

    Integrantes do Itamaraty avaliam que o Brasil perde a posição de interlocutor na mediação para o fim do conflito entre Israel e Hamas. Apesar disso, não veem ameaças para as relações bilaterais.

    Nesta segunda-feira (19), o ministro das Relações Exteriores israelense disse que o presidente Lula será considerado uma “persona non grata” no país até que haja “uma retratação” das declarações dele relacionando o ditador nazista Adolf Hitler e a guerra na Faixa de Gaza.

    À âncora Raquel Landim, o assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência, Celson Amorim, disse que Lula não deve se desculpar.

    “Sempre tratamos de maneira muito respeitosa e defendemos a solução de dois Estados, mas não tem nada do que se desculpar. Israel é que se coloca numa condição de crescente isolamento”, afirmou Amorim.

    Integrantes do Itamaraty, contudo, defendem que o Brasil neste momento tenha calma para sair desse enrosco diplomático.

    Para eles, Lula poderia seguir com suas críticas para ofensiva de Israel, mas admitir que o equívoco de fazer alusão à matança de judeus na Alemanha nazista de Adolf Hitler.