Promotora em caso de Trump acusa defesa de “mentiras” sobre má conduta
Fani Willis rebateu as alegações dos advogados do ex-presidente dos EUA de que seu romance com um colega representava um conflito de interesses no caso da Geórgia
Fani Willis, a promotora que supervisiona o caso de interferência eleitoral contra Donald Trump no Estado da Geórgia, rebateu nesta quinta-feira as alegações dos advogados do ex-presidente dos EUA de que seu romance com um colega representava um conflito de interesses financeiros.
Willis acusou repetidamente uma advogada de Michael Roman, um corréu de Trump que inicialmente levantou as alegações, de mentir em suas declarações ao tribunal ao insinuar que ele teria vivido com o colega.
“Você está confusa… Você acha que estou sendo julgada. Essas pessoas estão sendo julgadas por tentar roubar uma eleição em 2020”, disse a promotora pública do condado de Fulton à advogada Ashleigh Merchant.
Willis descreveu a afirmação nos documentos do tribunal de que os dois haviam morado juntos como “mais uma de suas mentiras”.
A promotora pública depôs depois que o colega promotor e ex-parceiro romântico Nathan Wade negou, em seu depoimento, as alegações de impropriedade financeira. Os advogados do escritório de Willis inicialmente se opuseram ao depoimento dela, mas desistiram da oposição quando a promotora fez uma entrada surpresa no tribunal.
Trump e alguns dos corréus do processo afirmam que Willis deveria ser desqualificada da acusação devido a seu relacionamento com Wade, que, segundo eles, bancou viagens para os dois.
O caso na Geórgia é um dos quatro processos criminais contra Trump, que deve receber a indicação do Partido Republicano para enfrentar o presidente Joe Biden, do Partido Democrata, na eleição de novembro.
Trump estava em Nova York nesta quinta-feira, onde um juiz marcou para 25 de março um julgamento de acusações de que ele pagou para silenciar uma atriz pornô.
Wade rebateu nesta quinta as acusações de que Willis se beneficiou financeiramente do relacionamento, dando a ela um incentivo para prolongar o processo.
Wade afirmou em depoimento que marcou a viagem com Willis para Califórnia, Belize e Aruba, mas disse que Willis o reembolsou em dinheiro ou cobriu outras despesas.
O juiz da Corte Superior do Condado de Fulton Scott McAfee marcou a audiência, que está programada para continuar na sexta-feira, para determinar se o gabinete de Willis deve ser desqualificado para julgar o caso eleitoral. Isso colocaria em dúvida o futuro do processo.
O gabinete de Willis criticou as tentativas de desqualificá-la como um golpe de publicidade baseado em “teorias fantásticas e especulação”.
(Reportagem de Andrew Goudsward)