Governo cita “crise no sistema prisional” após fuga de presos em Mossoró (RN)
Uma revisão nos procedimentos deve ser iniciada após esforços para captura dos foragidos
Em entrevista coletiva concedida na manhã desta quinta-feira (15), em Mossoró (RN), o secretário nacional de de Políticas Penais, André Garcia, afirmou que “podemos classificar uma situação dessa como crise no sistema prisional, porque é um caso inusitado”.
Ele se refere à fuga de dois detentos do presídio de segurança máxima situado no Rio Grande do Norte. Os presos, que possuem ligação com o Comando Vermelho, escaparam na madrugada de ontem.
Uma força-tarefa foi montada para capturar os foragidos. A ação já ultrapassa as 24 horas.
Buscas pelos foragidos
Garcia disse à imprensa que a recaptura dos fugitivos é a prioridade no momento. “Temos várias equipes e vários recursos 24 horas por dia empenhados nessa busca”, pontuou.
Na ação, estão sendo empregadas aeronaves de forças de segurança nacional e estaduais, além de drones com tecnologia para aferição de temperatura corporal, o que pode ajudar na localização dos procurados.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) monitora todas as vias sob sua jurisdição. Cerca de 100 agentes da PRF e outros 100 policiais federais estão empenhados nas buscas.
Alerta internacional
O secretário André Garcia disse também que os fugitivos foram registrados no sistema de difusão da Interpol, na difusão vermelha, e no sistema de proteção de fronteiras.
“Isso não significa que estão fora do país”, advertiu o secretário, que garantiu que a polícia internacional está em alerta.
Evento “irrepetível”
“Esse evento é inédito e, como disse, deve ser irrepetível”, cravou Garcia aos jornalistas.
O secretário afirmou que esta é uma oportunidade para os processos serem aprimorados. “Estamos atuando junto à unidade prisional de modo a identificar todas as necessidades e eventuais falhas nos procedimentos adotados a fim de que ela não mais ocorram”.
Após reforço do efetivo em Mossoró, foi iniciada uma revisão dos procedimentos e a elevação do nível de segurança de todas as cinco unidades do Sistema Penitenciário Federal (SPN). A ação foi definida por Garcia como um “pente-fino”.
“É uma revisão de todos os procedimentos de segurança. Isso quer dizer que eles vão ser modificados? Não. Isso quer dizer que eles vão ser revisados. E, se por acaso houver algum relaxamento no comprimento e execução desses procedimentos, isso vai ser identificado e imediatamente corrigido”, esclareceu o secretário.
André Garcia não descarta a possibilidade dos fugitivos terem tido um facilitador.
“É preciso ter muita prudência, muita capacidade de agir da forma correta e com energia. Qualquer tipo de pessoa que possa estar supostamente envolvida na facilitação, por exemplo, nós vamos identificar e vamos aplicar as punições cabíveis, mas isso se for constatado que houve facilitação. É muito provável que os procedimentos de segurança não foram empregados como deveriam ser”, relatou.