Bonecões de Olinda caem nas graças da imprensa internacional
Elemento tradicional da folia local foi destaque no jornal The New York Times na terça-feira
O Carnaval de Olinda se tornou destaque na imprensa internacional na terça-feira (13) devido aos tradicionais bonecos gigantes que fazem parte da folia local.
O jornal The New York Times publicou uma reportagem especial para falar dos bonecos, especialmente de um que reproduz a imagem do ator norte-americano John Travolta.
Intitulado “Como John Travolta se tornou a estrela do Carnaval”, o texto conta a história do boneco de 3,6 metros que completou 45 anos em 2024.
O boneco gigante, que faz referência ao personagem de Travolta no filme “Os Embalos de Sábado à Noite” (1977), é um dos muitos bonecos que se parecem com famosos na festa de Olinda.
Estão entre eles, por exemplo, Donald Trump, a rainha Elizabeth, o personagem Chavez, Xuxa, Ana Maria Braga, Freddie Mercury, David Bowie, Pelé etc.
Sobre o Travolta gigante da folia, a publicação ainda destacou o que muitos foliões comentam, que a figura está distorcida e que não se parece de fato com o ator.
“Não se parece em nada com ele. A umidade tomou conta. Tudo está distorcido”, disse ao jornal Silvio Botelho, um dos maiores criadores de bonecos gigantes.
Botelho também explicou que pediu para refazer o boneco, mas que a família proprietária diz que gosta dele exatamente como ele é, assim como muitos foliões, que também declaram amor pela figura.
O The New York Times entrou em contato com o ator John Travolta para comentar a homenagem, o que ele respondeu dizendo ter orgulho.
“Sua música, sua dança e sua paixão me enchem de uma sensação de plenitude. Tenho orgulho e honra de ser o ícone do seu Carnaval! Isso me deixa muito feliz”, afirmou.
O jornal afirmou ainda que os bonecos gigantes de Olinda são uma “demonstração de como as festividades pré-quaresma no Brasil são muito mais do que apenas o extravagante desfile de samba do Rio de Janeiro“.
A tradição de bonecos gigantes na cidade tem quase cem anos. O mais antigo deles, o Homem da Meia-Noite, é considerado um calunga, figura sagrada em religiões de matrizes africanas.