O que sabemos sobre o plano de retirada de civis de Rafah
População de Rafah foi ordenada a deixar a cidade; ONU criticou plano do governo israelense
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, instruiu os militares a planejarem a retirada de mais de 1,3 milhão de pessoas que as Nações Unidas estimam estar na cidade de Rafah, no sul de Gaza, disse seu gabinete na sexta-feira (9).
No comunicado, o gabinete afirmou que não era possível eliminar o Hamas e deixar “quatro batalhões do Hamas em Rafah”.
Aqui está o que você precisa saber sobre este e outros desdobramentos da guerra Israel-Hamas:
Para onde irãos os civis?
Rafah é o último grande centro populacional em Gaza não ocupado pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) e rapidamente se tornou o lar de uma enorme população de palestinos deslocados. Imagens de satélite mostraram esta semana como uma cidade de tendas aumentou de tamanho em apenas alguns dias.
A CNN também noticiou anteriormente que civis palestinos que seguiram ordens de retirada foram mortos por ataques israelenses, destacando a realidade de que as zonas de retirada e os alertas dos militares israelenses não garantiram a segurança dos civis na Faixa de Gaza, local densamente populado, onde os palestinos não têm um local seguro para escapar das bombas de Israel.
Estados Unidos se manifestam sobre o caso
“Conduzir tal operação agora sem planejamento e pouca reflexão em uma área onde um milhão de pessoas estão abrigadas seria um desastre”, disse o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Vedant Patel, em entrevista coletiva na quinta-feira (8). Além disso, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, levantou preocupações sobre a operação em Rafah durante reuniões com Netanyahu e outras autoridades israelenses esta semana, disseram fontes israelenses à CNN na quarta-feira (7).
Alertas das Organizações Não Governamentais
Várias organizações não governamentais alertaram sobre as consequências humanitárias das operações israelenses em Rafah. Por exemplo, o Conselho Norueguês para os Refugiados (CNR) disse que a cidade, que faz fronteira com o Egito, poderá em breve transformar-se “em uma zona de derramamento de sangue e destruição da qual as pessoas não conseguirão escapar”.
A frustração das famílias dos reféns
Sem uma definição para um novo acordo para o retorno dos reféns israelenses de Gaza, muitos, incluindo as famílias dos reféns ainda detidos pelo Hamas, dirigiram a sua raiva contra Netanyahu, que rejeitou os termos de um cessar-fogo e de um acordo de reféns apresentados pelo Hamas.
Metade dos pedidos da Agência da ONU em Gaza foi negado
A principal agência de ajuda humanitária da ONU em Gaza disse, na sexta-feira (9), que metade dos pedidos de sua missão de ajuda para entregar ajuda em Gaza desde o início do ano foi negado. A Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados da Palestina (UNRWA) não consegue entregar ajuda em Gaza desde 23 de janeiro, disse o comissário-geral da agência, Philippe Lazzarini, no X, acrescentando que as pessoas no território estão à beira da fome.
Mais da metade de todas as estruturas em Gaza foi danificada
A análise de satélite feita por pesquisadores do CUNY Graduate Center e da Oregon State University sugere que entre 53% e 65% de todas as estruturas da Faixa foram danificadas em 2 de fevereiro.