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    Ibovespa fecha em queda de olho em Ômicron; dólar tem maior valor em 9 meses

    Principal índice da bolsa encerrou aos 105.019,78 pontos, enquanto a moeda norte-americana acabou a sessão de hoje a R$ 5,745

    Painel eletrônico da B3, em São Paulo
    Painel eletrônico da B3, em São Paulo FILEDIMAGE

    Do CNN Brasil Business*

    o Ibovespa fechou nesta segunda-feira (20) com queda de 2,03%, aos 105.019,78 pontos. A bolsa de valores operou no vermelho ao longo do dia por conta do temor de investidores de todo o mundo de que a variante Ômicron deve obrigar grandes economias a adotar medidas mais rígidas de combate à Covid-19.

    O cenário também afetou o dólar, que fechou com elevação de 1,06%, a R$ 5,745 na venda, nesta tarde. Com o cenário de incertezas, a tendência é que o mercado busque ativos considerados seguros, como a moeda norte-americana, que encerrou na máxima em nove meses.

    O aumento das infecções globais pela variante provocava preocupações nos mercados financeiros, uma vez que vários países europeus e o Reino Unido avaliam a possibilidade de restrições durante o Natal. Na Holanda, por exemplo, já foram impostas medidas para prevenir que o sistema de saúde seja sobrecarregado.

    Além disso, pesa na confiança dos mercados uma perspectiva de crescimento econômico menor do que o esperado nos Estados Unidos, após o pacote de investimento doméstico do presidente norte-americano Joe Biden, orçado em US$ 1,75 trilhão, sofrer um contratempo. Joe Manchin, um democrata moderado considerado importante para a aprovação do texto, disse no domingo que não irá apoiar o projeto.

    Vale lembrar que a B3 não terá operações de renda variável na sexta-feira (24), por conta do feriado de Natal.

    Cenário doméstico

    No Brasil, também havia expectativa de votação do relatório final do Orçamento de 2022 na Comissão Mista do Orçamento, mas ela foi adiada para a próxima terça-feira (21).

    O novo relatório do Orçamento de 2022 a ser votado no Congresso prevê que, após a aprovação das emendas constitucionais que alteraram a forma de pagamento dos precatórios, será criada uma margem fiscal para o próximo ano de 113,1 bilhões de reais, valor superior aos 106 bilhões de reais que o governo federal vinha prevendo.

    “Considerados os efeitos das mencionadas emendas constitucionais, criou-se margem fiscal total da ordem de R$ 113,1 bilhões, sendo R$ 110,0 bilhões no âmbito do Poder Executivo”, diz o parecer do relator do Orçamento, deputado Hugo Leal (PSD-RJ).

    “Cumpre ressaltar que esse espaço orçamentário permitiu a alocação das dotações necessárias para viabilizar a ampliação do Programa Auxílio Brasil, que poderá beneficiar cerca de 17,9 milhões de famílias brasileiras em situação de pobreza e de extrema pobreza, além de aportes adicionais para as áreas de saúde, previdência e assistência social”, acrescenta o relatório.

    A última versão do parecer, concluído nesta segunda-feira, prevê também que serão pagos no próximo ano, sujeito ao teto de gastos, 45,6 bilhões de reais referentes às despesas decorrentes de sentenças judiciais, o que “possibilitou a abertura de espaço fiscal de 43,5 bilhões reais relativo ao teto de gastos do Poder Executivo”.

    A votação do relatório final, que estava prevista para ocorrer às 10 horas desta segunda-feira pela Comissão Mista de Orçamento (CMO), foi adiada para a terça-feira para que os parlamentares possam fazer ajustes ao texto.

    O parecer do relator não contemplou o pedido do Ministério da Economia feito na semana passada para remanejar quase 2,9 bilhões de reais no Orçamento de 2022 com a finalidade de reajustar salários de algumas carreiras de servidores públicos.

    Petróleo

    Outro movimento que também deixou os investidores incertos sobre os possíveis impactos da Ômicron foi a queda no preço do petróleo. O valor da commodity despencou nesta segunda-feira (20), com o aumento dos casos da variante do coronavírus na Europa e nos Estados Unidos, alimentando os receios dos investidores de que novas restrições para combater sua disseminação poderiam prejudicar a demanda por combustível.

    O petróleo tipo Brent, referência para a Petrobras, recuou US$ 2, ou 2,7%, para fechar em US$ 71,52 o barril, enquanto o petróleo dos Estados Unidos (tipo WTI) caiu US$ 2,63, ou 3,7%, fechando em US$ 68,23 o barril.

    O Brent caiu para a mínima da sessão a US$ 69,28 por barril, enquanto o WTI caiu para US$ 66,04 por barril, ambos os valores são os menores patamares desde o início de dezembro.

    “Esta é uma reação automática à proliferação do vírus e ao medo de que as restrições possam se espalhar rapidamente”, disse Andrew Lipow, da Lipow Oil Associates, em Houston.

    Boletim Focus

    Ainda nesta segunda-feira, o boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, mostrou que economistas consultados pela instituição reduziram pela 10ª vez seguida a expectativa para o crescimento da economia brasileira neste ano. Para inflação, estimativa para 2021 ano caiu ligeiramente, enquanto para o próximo ano houve leve alta.

    Segundo a pesquisa realizada com uma centena de economistas, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 4,58% em 2021, redução significativa ante a expectativa de alta de 4,65% na semana anterior.

    Para 2022, os especialistas seguem vendo expansão econômica de apenas 0,50%.

    Os especialistas consultados semanalmente pelo BC ainda ajustaram o cenário para a inflação, vendo alta do IPCA de 10,04% este ano e de 5,03% no próximo, contra 10,05% e 5,02% antes, respectivamente.

    A conta para este ano fica bem acima do teto da meta de 3,75% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Para o ano que vem o centro do objetivo é de 3,50%, com a mesma margem.

    Em relação à taxa básica de juros, permanece a expectativa de que a Selic encerre 2022 a 11,50% e 2023 a 8,0%.

    Sobe e desce da B3:

    Veja quais foram os principais destaques desta segunda-feira:

    Maiores altas

    • JBS (JSBSS3) +1,43%
    • Eneva (ENEV3) +1,29%
    • Minerva (BEEF3) +1,21%
    • Braskem (BRKM5) +0,47%

    Maiores baixas

    • CVC (CVCB3) -8,76%
    • Locaweb (LWSA3) -7,13%
    • BR Malls (BMRL3) -6,66%
    • CSN (CSNA3) -6,91%
    • Ultrapar (UGPA3) -5,73%

    Moeda norte-americana

    O dólar começou a penúltima semana do ano em firme alta, confortavelmente acima de R$ 5,70, alavancado pelo clima arisco no exterior, mas também por incertezas sobre o Orçamento no Brasil em meio a um cada vez mais carregado noticiário eleitoral doméstico.

    A cotação da moeda norte-americana operou em alta por toda a sessão e acelerou fortemente os ganhos na reta final, renovando sucessivamente os picos. Ela foi  alavancada pelo clima arisco no exterior, mas também por incertezas sobre o Orçamento no Brasil em meio a um cada vez mais carregado noticiário eleitoral doméstico.

    O dólar à vista saltou 1,06% nesta segunda-feira, a R$ 5,745 na venda, maior patamar desde 30 de março (R$ 5,758).

    A cotação operou em alta por toda a sessão e acelerou fortemente os ganhos na reta final, renovando sucessivamente os picos. No dia, a moeda variou de  R$ 5,690 (+0,10%) a R$ 5,747 (+1,10%%).

    O Banco Central faz neste pregão oferta líquida de até 14 mil contratos de swap cambial tradicional, distribuídos entre os vencimentos 1° de agosto e 3 de outubro de 2022.

    A autarquia também disponibilizará até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de 1° de fevereiro de 2022.

    Na última sessão, na sexta-feira (17), o dólar spot subiu 0,08%, a R$ 5,684 na venda.

    *Com Reuters