Otan não permitirá que Rússia imponha exigências militares, diz Alemanha
Na sexta-feira, Moscou estabeleceu uma lista de demandas para o Ocidente que inclui a retirada de batalhões da Otan da Polônia e Estônia, Letônia e Lituânia
A Otan discutirá as propostas de segurança da Rússia, mas não permitirá que Moscou dite a conduta militar da aliança, disse a ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht, neste domingo (19), durante visita às tropas alemãs baseadas na Lituânia para impedir um eventual ataque russo.
Na sexta-feira (17), Moscou estabeleceu uma lista de demandas para o Ocidente que inclui a retirada de batalhões da Otan da Polônia e Estônia, Letônia e Lituânia, que já fizeram parte da União Soviética.
A Rússia também está exigindo uma garantia juridicamente vinculante de que a Otan desista de qualquer atividade militar na Europa Oriental e na Ucrânia, além de um veto russo efetivo à futura adesão da Ucrânia ao órgão – já descartado pelo Ocidente.
“Precisamos resolver as tensões atuais no nível diplomático, mas também colocando uma dissuasão confiável”, disse Lambrecht em Rukla, em sua primeira visita às tropas alemãs no exterior.
As unidades de combate, implantadas três anos após a anexação por Moscou da península ucraniana da Crimeia em 2014, têm como objetivo impedir um ataque e ganhar tempo para que tropas adicionais da Otan cheguem à linha de frente.
“Vamos discutir as propostas da Rússia … Mas a Rússia não pode impor sua postura aos parceiros da Otan, e isso é algo que deixaremos muito claro nas conversações (na próxima semana no conselho da Otan)”, acrescentou.
O Ocidente ameaçou duras sanções econômicas contra a Rússia, caso Moscou intensifique o volume militar na fronteira com a Ucrânia. Moscou afirma que está apenas respondendo às ameaças à sua segurança decorrentes da relação, cada vez mais próxima, de Kiev com a Otan.
Ao lado de Lambrecht, o ministro da Defesa da Lituânia, Arvydas Anusauskas, acusou, neste domingo, a Rússia de tentar abrir caminho para a aliança e disse que a Otan não deve permitir que Moscou divida a Europa em esferas de influência.
“Precisamos apoiar a Ucrânia com todos os meios, o que inclui o fornecimento de armas letais”, acrescentou Anusauskas, sem dar detalhes sobre o tipo de armas às quais se referia.
Lambrecht recusou-se a comentar uma reportagem do jornal alemão Der Spiegel, que afirmou no sábado que o principal general da Otan, Tod Wolters, sugeriu que a aliança deveria estabelecer uma presença militar na Bulgária e Romênia semelhante à montada na Polônia e nos Estados Bálticos.
(Por Sabine Siebold)