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    Acne: cientistas projetam “bactérias inteligentes” para tratar doença

    Bactéria produz proteína que trata sintomas da acne; descoberta abre caminho para estudo de outras "terapias vivas"

    Flávio Ismerimda CNN , São Paulo

    Um estudo experimental liderado pela Universidade Pompeu Fabra, de Barcelona, na Espanha, mostrou que um tipo de bactéria presente na pele pode produzir uma molécula que regula a oleosidade e ajudar a tratar sintomas de acne sem destruir o microbioma da pele.

    Pesquisadores do Laboratório de Biologia Sintética Translacional do Departamento de Medicina e Ciências da Vida testaram a bactéria Cutibacterium acnes em linhagens de células da pele e em camundongos.

    A proteína produzida foi a NGAL, mediadora da isotretinoína, medicamento usado para tratar a acne ao induzir a morte dos sebócitos.

    “Até agora, a C. acnes era considerada uma bactéria intratável. Foi incrivelmente difícil introduzir DNA e obter proteínas produzidas ou secretadas a partir de um elemento inserido em seu genoma”, explica Nastassia Knödlseder, principal autora do estudo. 

    A descoberta, publicada na revista Nature Biotechnology, abre caminhos para que outros cientistas pesquisem a ação de bactérias na cura de doenças e outros tipos de “terapias vivas”.

    “Desenvolvemos uma terapia tópica com abordagem direcionada, utilizando o que a natureza já possui. Projetamos uma bactéria que vive na pele e a faz produzir o que nossa pele precisa. Aqui focamos no tratamento da acne, mas essa plataforma pode ser estendida a diversas outras indicações”, Knödlseder.

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