Demora em vacinar crianças é “falta grave”, diz secretário de Saúde de SP
Governo do estado está tentando negociar compra de vacinas com a Pfizer para vacinar público infantil
O secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou neste sábado (18), em entrevista à CNN, que a demora por parte do governo federal em iniciar a vacinação de crianças com 5 a 11 anos é uma “falta técnica grave”.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou na última quinta-feira (16) a vacinação desse público com o imunizante da Pfizer. O governo federal, porém, anunciou que fará uma audiência pública antes de decidir sobre o início da vacinação.
Gorinchteyn disse que as sociedades brasileiras de imunização, de pediatria e de infectologia já se posicionaram favoravelmente à vacinação de crianças. “Eu não sei quem seria um técnico melhor que essas sociedades, compostas por centenas, milhares de técnicos que já se colocaram a favor. Isso é simplesmente uma falta de responsabilidade, civilidade, e pior, uma falta técnica grave de um gestor para nossa saúde pública”.
Segundo o secretário, o governo de São Paulo está tentando negociar uma compra direta de doses com a Pfizer, mas “a colocação que foi feita pela Pfizer foi no sentido de manter neste momento a exclusividade com o governo federal, ou seja, aguardando a aquisição dessas doses de imunizantes para a faixa etária pediátrica”.
Para ele, esse cenário é “muito ruim, principalmente em um momento pandêmico como esse, em que temos que proteger a população, e isso inclui crianças. Desde março do ano passado até setembro deste ano, nós tivemos cerca de 2,5 mil crianças que morreram em decorrência da Covid-19. Isso é muito mais do que se nós juntássemos todas as doenças respiratórias na faixa etária pediátrica em cada um dos anos anteriores”.
Ele afirmou que o governo estadual está aguardando um posicionamento oficial da Pfizer. Caso ele seja no sentido de manter a exclusividade com o Ministério da Saúde, Gorinchteyn afirmou que “ao recebermos um posicionamento contrário ao que nós acreditamos ser humanitário para esta causa, seguramente entraremos com uma outra ação no Supremo Tribunal Federal“.
“Neste momento, entendendo que nós vivemos em uma emergência pandêmica, temos circulação dos vírus que nós já tínhamos anteriormente, como também das novas variantes, e que temos que proteger a população de forma geral, incluindo as crianças”.
Gorinchteyn também criticou a decisão do governo federal de realizar uma audiência pública sobre o tema em janeiro de 2022. “As pessoas estão pedindo e querendo imunizar os seus filhos, netos, e dessa forma todos realmente estarmos protegidos”.