Inquéritos buscam “pelo em ovo“, diz Mourão após operação da PF; oposição fala em “perseguição”
Operação da PF investiga a organização criminosa que teria atuado na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito
Bolsonaristas adotam o tom de que a operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta-feira, 08/02, contra aliados do ex-presidente da República tem o intuito de dizimar a oposição conservadora. O discurso de membros do PL é de que se trata de uma perseguição e de que o Brasil vive um estado de exceção.
Utilizando as redes sociais, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou a operação da Polícia Federal (PF), deflagrada nesta quinta-feira (8). Na avaliação do general, que foi vice-presidente na gestão de Jair Bolsonaro (PL), os inquéritos buscam “pelo em ovo”.
“O País vive uma situação de não normalidade. Inquéritos eternos buscam ‘pelo em ovo’, atacando, sob a justificativa de uma pretensa tentativa de golpe de estado, a honra e a integridade de Chefes Militares que dedicaram toda uma vida ao Brasil”, escreveu Mourão em sua conta no X, antigo Twitter.
“Enquanto isso, os ladrões de colarinho branco são anistiados e a bandidagem comum aterroriza a população que vive sob o signo da total insegurança”, acrescentou.
A operação da PF investiga a organização criminosa que teria atuado na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito para manter o ex-presidente no Poder após a derrota nas eleições de 2022.
Tanto Bolsonaro quanto diversos de seus aliados foram alvos da investigação.
Membros do PL saíram em defesa do presidente do partido Valdemar Costa Neto:
Em nota, o vice-presidente da sigla, deputado federal Capitão Augusto (PL-SP) disse que o papel “significativo e a liderança excepcionais” de Costa Neto são fundamentais e que o presidente do partido é a maior representação dos valores conservadores em nosso país. “Apoio incondicional e confiança irrestrita”, afirmou em nota.
Já o líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ), que também foi alvo neste mês de uma outra operação da PF, a Lesa Pátria, disse à CNN “que o que está acontecendo é feito à margem da lei”. Alegou que “o objetivo é dizimar a oposição conservadora”.
Em publicação, o senador Carlos Portinho, líder do PL no Senado, sustentou a ideia de Jordy. Disse que o “regime instalado no país, a partir de um inquérito sem precedentes num Estado de Direito, avança ainda mais sobre lideranças de oposição”.
A deputada Carla Zambelli também utilizou as redes sociais para se pronunciar acerca dos acontecimentos. No X, antigo Twitter, ela afirmou que os deputados “são alvo simplesmente por serem de oposição”. Além disso, acusou o Senado de se “omitir” e causar um “dano irreparável ao país quando deixa de buscar os freios constitucionais que versam sobre o abuso de autoridade”.