Veja quais foram os melhores ativos para investir em 2021
Especialistas apontam que o próximo ano será diferente, já que ajustes nos juros ao redor do mundo forçará o mercado a remontar o portfólio
O mercado doméstico sofreu em 2021 uma enxurrada de situações macroeconômicas que movimentaram os ativos, tanto os negociados em bolsa, quanto os de proteção e comercializados em exchanges.
Segundo o levantamento realizado por Einar Rivero, da Economatica, a pedido do CNN Brasil Business, o bitcoin foi o melhor investimento neste ano, valorizando 78,78% entre 31 de dezembro de 2020 e 16 de dezembro de 2021.
Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos, explica que a criptomoeda ganhou esse destaque porque o ativo se tornou um mecanismo protetivo das carteiras. “Quando você tem um cenário em que não se sabe o que fazer, os investidores buscam saídas que não estão relacionadas à economia”, diz.
O bitcoin foi criado por Satoshi Nakamoto (que até hoje não se sabe exatamente quem é) e tem o objetivo de ser um meio de pagamento descentralizado, ou seja, não existe um órgão regulador por trás das negociações da cripto, além dos mineradores que apenas aprovam as transações. Também não é um ativo lastreado como uma ação, por exemplo, que depende do desempenho e das estratégias de negócios de uma companhia.
Em segundo e terceiro lugar ficaram o dólar e o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), um título emitido em operações feitas entre instituições bancárias.
A moeda norte-americana se destacou por conta da desvalorização do real frente ao apetite por risco dos investidores, afirma Rodrigo Beresca, analista de soluções financeiras da Ativa Investimentos.
Ele também diz que a rentabilidade do CDI em 2021 foi devido à “elevação da taxa de juros, após aumentos excessivos, como forma de combate à inflação”.
Veja o levantamento realizado pelo Economatica sobre os investimentos que mais valorizaram neste ano:
Futuro
Franchini defende que as criptomoedas, “principalmente o bitcoin”, ainda serão uma tendência em 2022, “porque as regulamentações, as reservas de valor frente à desvalorização do câmbio e as novidades tecnológicas, que mudarão a maneira de se pagar e ter dinheiro, darão mais fôlego a esses ativos”.
Contudo, ele destaca que “todo o resto será diferente”. Os ajustes nos juros ao redor do mundo forçará o mercado a remontar o portfólio, migrando para a renda fixa. “Essa já é uma realidade de mercados emergentes e será para os de primeira linha no segundo trimestre”, afirma o sócio da Monte Bravo Investimentos.
“Vale destacar que a queda no juros no começo da pandemia, a 2%, trouxe um excesso de liquidez para o mercado e, consequentemente, um movimento maior na bolsa”, explica o especialista. “Com os juros sendo elevados, o custo no mundo fica mais caro e a liquidez será mais equilibrada”.
O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) anunciou, em 8 de outubro, uma alta de 1,5 ponto percentual (p.p.) na Selic, taxa básica de juros da economia, que foi de 7,75% a 9,25% ao ano. Com isso, a taxa voltou ao patamar de julho de 2017.
Enquanto, por exemplo, o Fed (Federal Reserve, Banco Central dos EUA) declarou o encerramento das compras de títulos em março e sinalizou três aumentos de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros até o fim de 2022, na última quarta-feira (15).