Em depoimento, jogador do Corinthians relatou ter feito massagem cardíaca em jovem, diz advogado
Tiago Lenoir, que representa o atleta, questiona conduta adotada durante atendimento prestado à vítima
Enquanto aguardava o resgate do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), o jogador do Corinthians, Dimas Candido de Oliveira Filho (18), realizou massagens cardíacas para tentar reanimar a jovem de 19 anos, que morreu após o encontro com o atleta, durante 21 minutos, segundo o advogado Tiago Lenoir.
O advogado questiona a conduta do serviço prestado pelo SAMU e revelou que a vítima precisou ser transportada no elevador do condomínio sem o uso de uma maca, envolta em uma manta e que acabou caindo no chão antes de ser colocada na ambulância.
“Eles colocaram ela em um cobertor, em um pano, e desceram com ela até a ambulância do SAMU. Nesse intervalo houve uma série de problemas no elevador. A maca também não subiu até o apartamento. Saíram com ela nesse pano, nesse intervalo ela chega a cair”, descreve.
Ainda segundo Lenoir, o atleta compareceu de forma espontânea e está relatando todos os acontecimentos desde quando aconteceu a jovem, até o dia que se encontrou com ela pela primeira vez, em 30 de janeiro, quando ela morreu. Ele também questionou o atendimento prestado no dia do incidente.
“Não estou criando uma cortina de fumaça. Mas o que tem que ser verificado é o tempo de resgate. É comum fazer um menino de 18 anos fazendo a ressuscitação dela? Os atendentes do SAMU estão preparados para emergências ginecológicas?”, questionou Lenoir
Dificuldades para socorro chegar ao apartamento
A CNN teve acesso a conversas atribuídas a funcionários do SAMU que teriam participado da ocorrência. Nos diálogos, eles relatam a dificuldade em acessar a unidade ocupada pelo jogador.
“Só que aí, até a gente conseguir entrar com a viatura, abrir o portão, entrar. Paramos num local que tinha que entrar do estacionamento para ter acesso ao Bloco 3, né? E a viatura não passava ali pela altura. Então, nós paramos com a viatura um pouco antes, aí não tinha ninguém para sinalizar a gente dentro do condomínio, aí perguntei para um moço que tinha uma barraquinha ali, e eu falei, moço, onde é a Torre 3?”, relatou.
Em outro trecho da conversa onde a suposta funcionária do SAMU fala das dificuldades no local. Ela menciona que precisou andar cerca de 20 metros com os equipamentos de socorro e que ficou aguardando o elevador, sendo que um deles estava quebrado.
“(A distância) Andando, uns 200 metros. É que a gente não sabia onde era a entrada da torre, por onde entrava na torre. Mas, enfim, entramos na torre, aí chegou na torre e a gente ficou esperando o elevador, porque aí não tinha uma moradora, só tem um elevador, o elevador estava no nono andar, sei lá, sétimo andar. Aí ela falou, o outro elevador está quebrado. E a gente ficou lá embaixo, esperando o elevador chegar”, explicou.
Outro Lado
A CNN procurou o SAMU para comentar as falas do advogado sobre os acontecimentos no dia do socorro. Em nota, o SAMU diz que “o caso está sob investigação policial e que permanece à disposição das autoridades de segurança.”