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    Ibovespa fecha em queda com fluxos sazonais e cenário fiscal no radar; dólar sobe

    Moeda norte-americana encerrou a sessão desta sexta-feira (17) com leve alta de 0,08%, cotada a R$ 5,684

    Do CNN Brasil Business* , São Paulo

    O Ibovespa fechou este pregão com queda de 1,04%, aos 107.200,56 pontos. O mercado doméstico trabalhou nesta sexta-feira (17) de olho nos fluxos sazonais de saída de recursos do país, à medida que empresas fazem pagamentos de JCP (juros sobre capital próprio) e dividendos. Esse movimento pode voltar a fornecer liquidez aos mercados com leilões extraordinários.

    Ainda hoje, o dólar registrou leve alta de 0,08%, cotado a R$ 5,684, com investidores de todo o mundo reduzindo exposição ao risco em meio a temores sobre a variante Ômicron do coronavírus e após uma série de reuniões de grandes bancos centrais. Os investidores também ficaram atentos ao noticiário fiscal.

    Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimento, afirma que “o principal índice da bolsa também precificou as reduções de estímulos pelos bancos centrais pelo mundo”.

    Juros mundiais

    Os últimos dias foram agitados na frente da política monetária, depois que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) se tornou o primeiro banco central do G7 a elevar os juros desde o início da pandemia, enquanto o Federal Reserve (Fed, dos Estados Unidos), sinalizou três altas nos custos dos empréstimos para 2022.

    O Banco Central Europeu (BCE), por sua vez, apenas restringiu ligeiramente o estímulo emergencial, prometendo manter apoio copioso à economia no ano que vem.

    O banco central da Rússia aumentou drasticamente sua taxa básica de juros para 8,5% nesta sexta-feira, elevando o custo dos empréstimos pela sétima vez neste ano para controlar a inflação teimosamente alta e sem descartar novos acréscimos nos juros.

    O Banco Central do Japão reduziu também hoje o financiamento emergencial adotado na pandemia, mas manteve uma política monetária ultraflexível e estendeu o alívio financeiro para pequenas empresas, cimentando expectativas de que permanecerá entre os bancos centrais mais estimulativos no futuro previsível.

    O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, disse que os custos dos empréstimos permanecerão baixos no país, mesmo com outros bancos centrais aumentando as taxas de juros, e enfatizou que a reversão do financiamento de emergência não foi de forma alguma um prelúdio para uma retirada total do estímulo monetário.

    Cenário doméstico

    Além do mercado ficar de olho no pagamento dos proventos, – a Sanepar, Eucatex, Santos Brasil Participações, Lojas Renner, Neonergia e Guararapes anunciaram que irão pagar dividendos. Ao todo, as companhias vão distribuir quase R$ 1 bilhão -, o mercado também reagiu à notícia de que o Ministério da Economia enviou ao Congresso na quinta-feira um ofício com a sugestão de que sejam remanejados quase R$ 2,9 bilhões no Orçamento de 2022 com a finalidade de reajustar salários de algumas carreiras de servidores públicos.

    Se a medida for acatada, deve ser atendido o pedido do presidente Jair Bolsonaro para conceder aumento a categorias específicas, como policiais federais e policiais rodoviários federais.

    “Apresento sugestão de alteração do Projeto de Lei Orçamentária de 2022, tendo em vista a decisão do Presidente da República quanto à reestruturação de determinadas carreiras do Poder Executivo federal”, diz o documento.

    O pedido foi enviado ao relator do Orçamento de 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), e à presidente da Comissão Mista de Orçamento, senadora Rose de Freitas (MDB-ES).

    A pasta ressalta que o acréscimo nas despesas primárias deve estar compatível com a meta fiscal para o ano e o limite estabelecido pela regra do teto de gastos.

    Em meio a essas dúvidas, investidores vendiam ativos arriscados, como ações e algumas moedas de países emergentes, nesta sexta-feira.

    PEC dos Precatórios

    E mais uma vez no radar do mercado estava a PEC dos Precatórios. O Congresso Nacional promulgou ontem as partes pendentes da PEC dos Precatórios, editada na intenção de abrir espaço fiscal de mais de R$ 100 bilhões e permitir o pagamento do novo programa social Auxílio Brasil.

    Na quarta-feira, a Câmara concluiu a votação em dois turnos dos trechos da Proposta de Emenda à Constituição dos Precatórios pendentes de aprovação pela Casa.

    Partes da PEC que contavam com o consenso das duas Casas já haviam sido promulgadas na última semana, mas mudanças promovidas pelo Senado haviam ficado com votação pendente para esta semana na Câmara.

    Deputados chancelaram boa parte das alterações inseridas por senadores, como o caráter permanente do Auxílio Brasil, a vinculação do espaço fiscal a ser aberto com a mudança na regra de pagamento de precatórios a gastos com seguridade social e ao novo programa de distribuição de renda, e o limite para a quitação dessas dívidas judiciais.

    Retiraram do texto, no entanto, o calendário de pagamento dos precatórios do Fundef a cada ano.

    “Após a promulgação da PEC dos Precatórios, o ano se encerra com mais pressões para gastos”, disse a XP.

    A PEC dos Precatórios – que abre espaço fiscal para o financiamento do Auxílio Brasil, programa de transferência de renda do governo – altera a regra do teto de gastos, visto como importante âncora fiscal do país.

    Principais destaques

    Veja quais foram os papéis que mais subiram e desceram na sessão desta sexta-feira (17):

    Maiores altas

    • BRF (BRFS3) +5,39%
    • BR Malls (BRML3) +5,52%
    • Magazine Luiza (MGLU3) +4,37%
    • Grupo Natura (NTCO3) +4,24%
    • Marfrig (MRFG3) +3,71%

    Maiores baixas

    • Yduqs (YDUQ3) -6,05%
    • Banco Inter (BIDI4) -5,59%
    • Banco Inter (BIDI11) -5,51%
    • Localiza (RENT3) -5,17%
    • Locamerica (LCAM3) -5,35%

     

    Moeda norte-americana

    No cenário doméstico, “o mercado cambial foi impactado pelos fluxos de entrada e saída de recursos”, escreveu Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora, afirmando que o Banco Central deve seguir “vigilante aos movimentos no pronto (dólar à vista), como tem feito nos últimos dias”.

    O BC realizou quatro leilões de moeda à vista nos últimos cinco pregões, injetando um total de US$ 3,37 bilhões no mercado spot.

    Na quinta-feira (16), o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, disse que foi observado um fluxo de saída de recursos do país recentemente, motivado, entre outros fatores, por remessas de dividendos de empresas, ressaltando que o BC faz intervenções ao observar tais pressões pontuais.

    *Com Reuters e informações de Priscila Yazbek, da CNN

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