Não sei se aliança de Alckmin com Lula será assimilada pelos eleitores, diz Aécio
Ex-governador de São Paulo deixou o PSDB após 33 anos enquanto seu nome é especulado em uma aliança à Presidência da República com o PT
O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou, nesta quarta-feira (15), em entrevista à CNN, que será de difícil compreensão para os eleitores do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido) uma aliança com ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República nas eleições de 2022.
“Para mim é difícil compreender que Geraldo não está ao nosso lado viabilizando uma terceira via, que precisará do esforço de todos. No momento em que se especula sua saída para apoiar uma candidatura do PT, eu acho que isso será de difícil compreensão para boa parte dos eleitores de Geraldo Alckmin. Por que no que essa candidatura de Lula se diferencia das anteriores que nós tanto combatemos?”, refletiu Aécio.
Alckmin deixou o PSDB nessa quarta-feira após passar 33 anos na legenda. O ex-governador ainda não anunciou sua nova sigla, mas uma ida para o PSB mostraria uma proximidade com o projeto de ser vice de Lula, segundo o analista de política da CNN Gustavo Uribe.
Aécio, por sua vez, classificou a saída como uma perda para o partido e para o próprio Alckmin. “Recebi um telefonema dele hoje muito atencioso, dizendo que deixava o PSDB após 33 anos, mas que não deixava os amigos que construiu ao longo de toda uma vida, e eu certamente sou um deles”, declarou.
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) participa de solenidade no Palácio do Planalto, em Brasília - 20/06/2022 • CLÁUDIO REIS/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente, governou o país entre 2003 e 2010 e é o candidato do PT • Foto: Ricardo Stuckert
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O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) tenta chegar ao Palácio do Planalto pela quarta vez • FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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Simone Tebet cumpre o primeiro mandato como senadora por Mato Grosso do Sul e é a candidata do MDB à Presidência • Divulgação/Flickr Simone Tebet
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Felipe d'Avila, candidato do partido Novo, entra pela primeira vez na corrida pela Presidência • ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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José Maria Eymael (DC) já concorreu nas eleições presidenciais em 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018, sempre pelo mesmo partido • Marcello Casal Jr/Agência Bras
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Vera Lúcia volta a ser candidata à Presidência da República pelo PSTU. Ela já concorreu em 2018 • Romerito Pontes/Divulgação
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Leonardo Péricles, do Unidade Popular (UP), se candidata pela primeira vez a presidente • Manuelle Coelho/Divulgação/14.nov.2021
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Sofia Manzano (PCB) é candidata à Presidência da República nas eleições de 2022 • Pedro Afonso de Paula/Divulgação
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Senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), candidata à Presidência da República - 02/08/2022 • ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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Padre Kelmon (PTB) assumiu a candidatura à Presidência após o TSE indeferir o registro de Roberto Jefferson (PTB) • Reprodução Facebook
Aécio diz que candidaturas de Doria e Moro inviabilizam terceira via
Para Aécio, a força do governo de São Paulo dividiu o PSDB nas prévias em que o governador João Doria saiu vencedor. Ele avalia que tanto sua candidatura, quando a do ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro (Podemos), inviabilizam a força de uma terceira via e elevam a polarização.
“Nós temos duas candidaturas que hoje bloqueiam o crescimento da terceira via e atendem à polarização. Uma delas é exatamente a do Doria, que vem com uma enorme rejeição, isso é conhecido, e com muito pouca capacidade de fazer aliança”, analisou Aécio.
“E a outra, que tem todo direito de disputar as eleições, mas nos preocupa é do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro. Ele parte de um piso mais elevado do que os outros candidatos da terceira via, mas tem um teto muito baixo. Já que a rejeição de ambos, Doria e Moro, equivale a rejeição do Bolsonaro”, concluiu.
Na pesquisa Ipec divulgada na última terça-feira (14), no cenário com 12 candidatos, Moro aparece na terceira colocação com 12% das intenções de voto. Já Doria está em sexto com 2%.
No cenário com cinco candidatos, Moro permanece em terceiro, com 8% e Doria em quinto, com 3%.
A pesquisa foi realizada entre os dias 9 e 13 de dezembro, e entrevistou 2.002 pessoas em 144 cidades brasileiras.