Vulcão de La Palma: calmaria na atividade vulcânica permite estudo na cratera
Cientistas dizem que níveis atuais devem permanecer por 10 dias para confirmar que a erupção finalmente acabou
O vulcão Cumbre Vieja na ilha espanhola de La Palma ficou em silêncio pelo segundo dia nesta quarta-feira (15), dando aos cientistas a primeira chance de estudar a cratera principal de sua borda, enquanto a erupção parecia estar se aproximando de terminar após três meses.
Um grupo de cientistas coletando dados geoquímicos de gás alcançou a cratera às 13h GMT, disse o Instituto de Vulcanologia das Ilhas Canárias, Involcan, compartilhando a primeira filmagem do interior da abertura mais ativa do vulcão não feita por um drone.
O vulcão La Palma estava inquieto desde sua atividade sísmica, mas parou na noite de segunda-feira. É o período mais longo sem tremores desde o início da erupção em 19 de setembro.
Embora os cientistas e sistemas de monitoramento não tenham detectado sinais de atividade vulcânica, exceto por vapores ocasionais e esporádicos, as autoridades alertaram que os próximos dias serão cruciais, pois não é incomum vulcões retomarem a expulsão de lava.
O comitê de resposta à erupção disse que, para confirmar que a erupção finalmente acabou, “os dados registrados e observáveis devem permanecer nos níveis atuais por 10 dias”.
“A melhor coisa a fazer é não dar falsas esperanças, por exemplo, na erupção de 1949, ela parou por vários dias e, vários dias depois, foi reativada”, disse o geólogo Eumenio Ancoechea à Reuters.
A erupção, que enviou rios de rocha derretida pelas encostas do Cumbre Vieja por semanas e expandiu o tamanho da ilha em mais de 48 hectares, é a mais longa de La Palma, de acordo com registros que datam do século XVI.
Milhares de pessoas foram evacuadas, pelo menos 2.910 prédios foram destruídos e o principal meio de subsistência da ilha, as plantações de banana, foram devastadas.