Preços de medicamentos para hospitais recuam pela 6ª vez seguida em novembro
Dados são do Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais, indicador criado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da USP
Os efeitos da estabilização da pandemia continuam se fazendo presentes na formação dos preços dos medicamentos para hospitais: em novembro, pela sexta vez consecutiva, os remédios comprados por essas instituições caíram 0,17%.
Os dados são do Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), indicador criado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Bionexo – healthtech líder em soluções digitais para gestão em saúde.
“Os resultados do índice nos últimos seis meses revelam uma acomodação dos preços dos medicamentos em virtude do cenário de estabilização da pandemia, com expressiva redução dos novos casos e avanço da vacinação”, analisou o CEO da Bionexo, Rafael Barbosa.
Ele aponta ainda um declínio nos preços dos grupos de medicamentos mais demandados durante os períodos mais críticos da pandemia da covid-19, sobretudo os atuantes sobre o sistema musculoesquelético, aparelho digestivo/metabolismo e aparelho cardiovascular.
Comparativamente, a variação mensal do IPM-H em novembro foi superada pelo comportamento do IGP-M no período, com ligeira alta de 0,02%, pelo IPCA, que teve taxa de 0,95%, e pela variação da taxa média de câmbio, que subiu 0,30%.
O resultado foi impactado pela variação negativa em diversos grupos de medicamentos, com destaque para sistema musculoesquelético (6,06%), aparelho digestivo e metabolismo (3,20%), aparelho cardiovascular (2,88%), anti-infecciosos (2,25%), órgãos sensitivos (1,42%) e sistema nervoso (0,75%).
No acumulado de 2021, o IPM-H registrou alta de 5,76%.
Contribuem para o resultado as altas na maioria dos grupos de medicamentos incluídos na cesta, entre eles: imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, com alta de 20,04%; sangue e órgãos hematopoiéticos, com alta de 17,22%; preparados hormonais com aumento de 15,89%; órgãos sensitivos, 9,65%; aparelho digestivo e metabolismo, com elevação de 6,27%; aparelho respiratório, 5,51%; aparelho geniturinário, 4,80%) e agentes antineoplásicos, com aumento de 4,55%.
Em contrapartida, segundo a Fipe e a Bionexo, os seguintes grupos de medicamentos para hospitais apresentam recuo: aparelho cardiovascular, 10,82%; sistema nervoso, 2,33%; sistema musculoesquelético, 1,58%; e anti-infecciosos, queda de 1,42%.
Já em relação aos últimos 12 meses encerrados em novembro deste ano, a alta de 7,21% foi impactada por variações nos seguintes grupos: aparelho digestivo e metabolismo, 20,91%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, com alta de 19,83%; preparados hormonais, 16,65%; sangue e órgãos hematopoiéticos, 10,59%; órgãos sensitivos, 10,37%; aparelho respiratório, com elevação de 6,38%; agentes antineoplásicos, 5,92%; aparelho geniturinário, 4,16%; sistema nervoso, 2,77% e sistema musculoesquelético, com aumento de 1,46%.
Entre os grupos que não apuraram alta no acumulado em 12 meses, anti-infecciosos gerais para uso sistêmico oscilaram perto da estabilidade, com ligeira queda de 0,09%, em paralelo ao recuo de 9,55% registrado em aparelho cardiovascular.
O IPM-H é elaborado com base nos dados de transações realizadas desde janeiro de 2015 através da plataforma healthtech, por onde são transacionados mais de R$ 12 bilhões de negócios por ano no mercado da saúde, o que representa cerca de 20% do que é transacionado no mercado privado nacional.