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    RJ: Com epidemia de gripe, capital retoma vacinação contra a doença nesta sexta

    Secretaria de Estado de Saúde afirma que, por enquanto, aumento de casos ocorreram apenas em municípios da Região Metropolitana do Rio

    Elis Barreto*da CNN no Rio de Janeiro

    A cidade do Rio de Janeiro retoma, nesta sexta-feira (10) a vacinação contra a gripe. Por falta de doses, a imunização teve que ser suspensa no último sábado (4).

    Para atender a demanda pelo imunizante na capital fluminense, o Ministério da Saúde teve que remanejar doses de outros estados, pois o estoque da pasta está zerado.

    As 160 mil doses foram entregues ao Rio na quarta-feira (09). Outras 400 mil doses, doadas pelo governo de São Paulo, devem chegar ao Rio nos próximos dias.

    A capital enfrenta uma epidemia de gripe.

    Em nota, SES confirma que realizou 2.932 testes de Influenza nas unidades públicas do estado, entre 14 de novembro a 5 de dezembro. Outras cidades da Região Metropolitana também apresentam aumento de casos de Influenza – o que, até o momento, não é verificado em municípios do interior.

    Depois de um salto de 2.647% nos atendimentos de gripe nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) estaduais nas últimas semanas, o governo estadual instalou tendas nas UPAs de Marechal Hermes, Tijuca e Botafogo e está preparando o mesmo nas UPAs Penha e Jacarepaguá, na Zona Oeste, todas na capital do estado.

    Nas últimas semanas, a cidade do Rio viu os casos de influenza superarem os casos de Covid-19. No mesmo intervalo de tempo, os casos de gripe já chegam a ser 8 vezes maiores que os de coronavírus.

    De acordo com o InfoGripe, boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que faz a vigilância epidemiológica da doença no Brasil, é possível observar, no estado do Rio de Janeiro, a presença do vírus influenza A tanto em crianças, quanto na população adulta, entre os casos de Síndrome Respiratório Aguda Grave (SRAG) referentes às semanas 47 e 48.

    À CNN, Marcelo Gomes, pesquisador da Fiocruz e coordenador do Boletim InfoGripe da instituição, destacou que o vírus da Influenza A, já está bastante disseminado na cidade do Rio de Janeiro, e como o Rio tem um fluxo muito grande de pessoas se deslocando, isso coloca todos os demais centros urbanos do país em uma situação de exposição muito grande.

    O especialista explicou que, assim como a Covid, os sintomas da gripe podem levar alguns dias para surgirem os primeiros sinais. Então a chance de alguém viajar para outro lugar sem saber que está com o vírus é muito grande.

    “Por isso, a chance é cada vez mais alta de haver o que chamo de importação de casos. Começa a ser uma questão de tempo até a Influenza começar a dar sinais em outros locais, especialmente se a gente se descuidar das medidas de proteção em relação à Covid. Porque elas também têm um papel muito importante em relação à gripe”.

    O pesquisador também avalia que o vírus da Influenza praticamente sumiu no ano passado em decorrência das medidas de contenção da pandemia, que também impactaram na não disseminação da gripe.

    Porém, com o relaxamento das medidas de distanciamento e proteção individual, com a baixíssima taxa vacinal contra a gripe, o vírus está voltando com força total, diante deste “cenário ideal” para sua propagação.

    O infectologista Alberto Chebabo, vice-presidente na Sociedade Brasileira de Infectologia e integrante do comitê científico da prefeitura, disse à CNN que o vírus Influenza A não circulava no Brasil desde o inverno de 2019 e que possivelmente foi trazido por algum turista ou brasileiro que tenha viajado para o exterior, pois nesse momento o vírus da Influenza A circula no hemisfério norte. Assim, essa seria a origem mais provável, segundo ele.

    Sob supervisão de Isabelle Resende