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    Jornalista é assassinado a sangue frio nas Filipinas

    Mais de 12 jornalistas morreram no país nos últimos cinco anos

    Karen Lemada Reuters

    Um jornalista filipino, que antes trabalhava para a Reuters, foi morto após um tiroteio, de acordo com as autoridades nesta quinta-feira (9).

    O caso é um dos mais de 12 jornalistas mortos no país nos últimos cinco anos.

    Jesus “Jess” Malabanan, 58, que trabalhava para o Manila Standard, e outras mídias, foi assassinado a tiros na noite de quarta-feira (8) por atiradores desconhecidos enquanto assistia à televisão em sua casa em Calbayog, na província de Samar, informou a polícia.

    As autoridades disseram que o motivo do ataque ainda não está claro e que dois homens armados fugiram do local.

    O porta-voz do presidente Rodrigo Duterte, Karlo Nograles, disse que a morte de Malabanan foi um “assassinato trágico” e pediu às testemunhas que se apresentassem.

    A força-tarefa presidencial sobre Segurança da Mídia estava investigando o incidente, disse Nograles, e “explorando todos os ângulos, incluindo a possibilidade de que o assassinato estivesse relacionado ao seu trabalho como jornalista”.

    Malabanan trabalhou pela última vez com a Reuters na reportagem da agência sobre a guerra contra as drogas de Duterte, que ganhou o Prêmio Pulitzer de reportagem internacional em 2018.

    “Estamos profundamente tristes ao saber da morte de Jesus Malabanan”, disse um porta-voz da Reuters, descrevendo-o como um “jornalista talentoso e tenaz.”

    O Manila Standard não fez comentários sobre o assassinato de Malabanan.

    As Filipinas são um dos lugares mais mortíferos do mundo para jornalistas, com pelo menos 187 mortos nos últimos 35 anos, de acordo com a força-tarefa presidencial, que chamou a morte de Malabanan de “covarde”.

    A Associação de Correspondentes Estrangeiros das Filipinas disse que o assassinato “ressalta as ameaças e os perigos que os jornalistas filipinos continuam a enfrentar”.

    Grupos de direitos humanos dizem que a violência e a intimidação da mídia pioraram no governo Duterte, que assumiu o poder em 2016.

    De acordo com o Sindicato Nacional de Jornalistas das Filipinas (NUJP), 21 trabalhadores da mídia foram mortos no país desde que Duterte assumiu o cargo.

    O gabinete do presidente disse que não tolera ameaças contra a mídia.

    O assassinato de Malabanan foi criticado por associações da mídia local, ativistas e políticos, incluindo Manny Pacquiao, campeão de boxe aposentado e candidato à presidência, que pediu à polícia que encontrasse os assassinos.

    “Este assassinato a sangue frio é uma prova inegável da gritante impunidade que continua a invadir nosso país”, disse Pacquiao em um comunicado.

     

    (Reportagem de Karen Lema; Escrita de Martin Petty; Edição de Ed Davies e Nick Tattersall)

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