Novo ataque de Bolsonaro ao STF era questão de tempo, dizem ministros da Corte
Presidente criticou a prisão de Daniel Silveira (PSL-RJ) e o pedido de extradição de Allan dos Santos
A âncora da CNN Daniela Lima conversou com três integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o ataque do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao ministro Alexandre de Moraes, que é o relator dos principais inquéritos que envolvem Bolsonaro e seus apoiadores.
Bolsonaro (PL) criticou, nesta quinta-feira (9), a prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) e o pedido de extradição do blogueiro Allan dos Santos.
A âncora da CNN Daniela Lima perguntou a um ministro se ele viu as falas do presidente, e a resposta foi: “você realmente achou que ele ia mudar? Ninguém acreditava em uma mudança, um novo ataque ao Supremo era uma questão de tempo”.
A justificativa de membros do STF para o novo ataque é que Bolsonaro viu que os inquéritos de pessoas que contribuíram com o que o Supremo chama de “milicia digital” avançaram. Além disso, o presidente percebeu que foram abertas novas investigações, a última a respeito de sua fala associando as vacinas da Covid-19 ao vírus HIV.
Um segundo ministro disse que é constrangedora a forma como Bolsonaro trata a Corte. Ele já teve que recuar, e agora tenta inflamar a base mais radical, mas ciente de que não tem apoio para romper os limites institucionais.
Ele também criticou o que o presidente fez essa semana. Bolsonaro antecipou uma tendência de voto do indicado dele, André Mendonça, que chega ao STF no final de dezembro. Ele afirmou que Mendonça vai votar a favor do marco temporal, que limita demarcação de terras indígenas.
O ministro afirmou que a situação é constrangedora para André Mendonça e para toda a Corte, e que essa atitude coloca sobre Mendonça um peso ainda maior do que já ficou em sua indicação.
De acordo com os ministros, o Supremo não vai reagir, as investigações vão continuar, os pedidos de prisão que tiverem de ser feitos serão feitos, e todos os casos terão andamento ordenado com o rigor da lei.
Confira a data de aposentadoria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)
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1 de 11Luiz Fux: aposentadoria quando completar 75 anos, em abril de 2028 (indicado por Dilma Rousseff em 2011) Crédito: Nelson Jr./SCO/STF -
2 de 11Cármen Lúcia: aposentadoria quando completar 75 anos, em abril de 2029 (indicada por Luiz Inácio Lula da Silva em 2006) Crédito: Nelson Jr./SCO/STF -
3 de 11Gilmar Mendes: aposentadoria quando completar 75 anos, em dezembro de 2030 (indicado por Fernando Henrique Cardoso em 2002) Crédito: Nelson Jr./SCO/STF -
4 de 11Edson Fachin: aposentadoria quando completar 75 anos, em fevereiro de 2033 (indicado por Dilma Rousseff em 2015) Crédito: Nelson Jr./SCO/STF -
5 de 11Luís Roberto Barroso: aposentadoria quando completar 75 anos, em março de 2033 (indicado por Dilma Rousseff em 2013) Crédito: Nelson Jr./SCO/STF -
6 de 11Dias Toffoli: aposentadoria quando completar 75 anos, em novembro de 2042 (indicado por Luiz Inácio Lula da Silva em 2009) Crédito: Fellipe Sampaio /SCO/STF -
7 de 11Flávio Dino: aposentadoria quando completar 75 anos, em abril de 2043 (indicado por Luiz Inácio Lula da Silva em 2023) Crédito: TOM COSTA/MJSP -
8 de 11Alexandre de Moraes: aposentadoria quando completar 75 anos, em dezembro de 2043 (indicado por Michel Temer em 2017) Crédito: Nelson Jr./SCO/STF -
9 de 11Nunes Marques: aposentadoria quando completar 75 anos, em maio de 2047 (indicado por Jair Bolsonaro em 2020) Crédito: Nelson Jr./SCO/STF -
10 de 11André Mendonça: aposentadoria quando completar 75 anos, em dezembro de 2047 (indicado por Jair Bolsonaro em 2021) Crédito: STF -
11 de 11Cristiano Zanin: aposentadoria quando completar 75 anos, em novembro de 2050 (indicado por Luiz Inácio Lula da Silva em 2023) Crédito: Mateus Bonomi/Agência Anadolu via Getty Images
