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    Com realidade virtual, documentário “Na Pele” faz imersão no Complexo do Alemão

    Filme acompanha a realidade de três moradores de uma das mais famosas favelas do Rio de Janeiro; e estreia em festival de Brasília

    Debora Sandercolaboração para a CNN

    Desde que Mark Zuckerberg anunciou a mudança de nome da empresa que controla o Facebook para Meta, o termo metaverso virou pauta por toda parte. Trata-se de um universo virtual imersivo e colaborativo, que inclui a realidade virtual, mas não se resume a ela.

    Pode parecer mais um modismo tecnológico, mas o fato é que o metaverso tem potencial para revolucionar muitos aspectos da vida humana – a área da saúde, o mercado financeiro e de trabalho, o setor imobiliário, o comércio virtual e a indústria de games são apenas alguns exemplos.

    A verdade é que em tempos de pandemia, quase todos os setores econômicos e criativos podem se beneficiar do desenvolvimento de um ambiente virtual que permita um tipo de imersão mais parecido com o que temos presencialmente.

    Antes mesmo que todas essas transformações se desenrolassem, em 2017, o diretor João Inada concebeu o documentário “Na Pele”, uma experiência interativa em realidade virtual que mergulha na realidade de três moradores do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.

    O cineasta se uniu ao ativista Raull Santiago, morador da favela, e à jornalista Thamyra Thâmara, fundadora da Gato Mídia, uma escola de tecnologia voltada à população negra de favelas brasileiras. Lançado no Brasil em agosto de 2021, o curta-metragem de 23 minutos é o primeiro documentário em realidade virtual produzido no Complexo do Alemão.

    O projeto foi uma co-produção entre Brasil, China, Luxemburgo e Alemanha, e foi premiado nos festivais internacionais IDFA – Competition for Digital Storytelling 2020, em sua estreia mundial ainda no ano passado; South by Southwest (SXSW) 2021; e Luxembourg City Film Festival 2021.

    A narrativa acompanha o ativista Raull Santiago, criador do Coletivo Papo Reto, circulando pelo Complexo do Alemão, onde ele vive. A experiência do usuário na imersão virtual revela histórias de vida da comunidade, explorando as relações de afeto, os projetos sociais e os desafios enfrentados diariamente em relação a problemas como violência policial e preconceito. A gravação foi feita em tecnologia 3D e 360°, com o objetivo de transformar o espectador em um personagem, quebrando a percepção de externalidade do observador à cena.

    Plataforma virtual do Festival Curta Brasília / Divulgação

    O filme é destaque no Festival Curta Brasília, que começa nesta quarta-feira (8) e se estende até domingo (12) com o tema “Metaverso e Criações de Realidades”. A programação de mostras em realidade virtual inclui curtas nacionais e internacionais, em sua maioria inéditos no Brasil. A abertura oficial do evento acontece hoje às 19h em debate com o diretor e a produtora do filme “Na Pele”, João Inada e Thamyra Thâmara, mediado pela diretora do Festival, Ana Arruda.

    “Enxergamos que esta nova forma de interação social após o contexto da pandemia é de grande valia e nos possibilita alcançar um grande público sem as barreiras que o ambiente físico nos limita. A programação traz esse conceito de retrofuturismo, mas de uma forma que coloca em destaque os direitos humanos, as mudanças climáticas e as desigualdades sociais que avançam mesmo com tecnologias mais presentes a cada dia”, declarou a diretora do festival.

    A programação é gratuita e pode ser acessada no YouTube e no site do Festival Curta Brasília.

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