Conselho de saúde e associação de municípios do RJ são contra Réveillon
“A gente sofreu muito com a Covid-19, não podemos arriscar tudo agora”, afirmou o presidente do Cosems, Rodrigo Oliveira
As entidades de saúde e as associações que representam os municípios do Rio de Janeiro afirmaram à CNN, nesta terça-feira (7), que são contrárias à realização de qualquer evento de Réveillon na capital fluminense.
Isso inclui a queima de fogos na praia de Copacabana, medida ainda discutida pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, e pelo governador Cláudio Castro. O principal motivo: aglomeração e a disseminação da Ômicron, nova variante do coronavírus, que foi identificada pela primeira vez na África do Sul.
“No atual momento, a cautela é uma boa conduta. Sofremos muito e agora está sob controle. Não ter o show [em Copacabana] é importante, pois é um elemento que traz aglomeração. A gente sofreu muito com a Covid-19, não podemos arriscar tudo agora”, disse o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Rio de Janeiro (Cosems-RJ), Rodrigo Oliveira.
À CNN, o presidente do Cosems-RJ explica ainda os possíveis impactos epidemiológicos que a realização da festa na cidade do Rio de Janeiro poderia gerar em outros municípios do estado.
Ele deixa claro que o Rio “não é uma ilha”. “O que acontece aqui pode sim repercutir nos outros municípios do estado fluminense. O avanço da variante para os outros municípios pode se tornar uma realidade, caso os números de casos venham a crescer por aqui”, disse.
No entanto, Rodrigo Oliveira acredita que a Secretaria Municipal de Saúde da capital tomará uma decisão acertada.
Endossando o discurso do Cosems, o presidente da Associação Estadual de Municípios do Rio de Janeiro (Aemerj), Luiz Antônio, também lembra que a pandemia está controlada, mas que ainda não acabou.
Segundo ele, precisamos continuar vacinando para evitar que os números de contaminação voltem a subir.
Por fim, ele admite que as festas de fim de ano podem ser um ‘alívio’ financeiro temporário para os fluminenses, mas lembra que as consequências do evento podem prejudicar a economia do estado a longo prazo.
“[Precisamos] insistir cada vez mais na vacina, que já demonstrou sua potência, e que toda grande aglomeração não deve ser feita, para evitar a disseminação do vírus e a contaminação dos não vacinados. Vamos lembrar que todas as nossas crianças ainda não tiveram a chance de se vacinar”, declarou o presidente da Aemerj.
“E é bom lembrar também que que a economia vem reencontrando seu caminho e não é hora, por causa de um dia de festa, podemos atrapalhar meses de trabalho. A curto prazo pode até render empregos temporários, mas, no futuro, isso pode fazer que a gente volte a precisar fechar tudo”, concluiu.
Diante da especulação a respeito de como será a virada do ano no Rio de Janeiro, o governador Cláudio Castro, reafirmou, nesta terça-feira (7), que a questão ainda será discutida com o comitê científico, que sugere as medidas no combate à Covid-19.
Entretanto, ele afirmou que a decisão final é dele e do prefeito do Rio, Eduardo Paes.
Enquanto isso, nesta segunda-feira (6), Paes postou em uma rede social que a prefeitura do Rio vai estudar a possibilidade de realizar a queima de fogos de artifício na orla de Copacabana.
De acordo com ele, o secretário municipal de saúde do Rio, Daniel Soranz, vai ‘conduzir as negociações acerca do que é possível ser feito”.
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