Ministra da Saúde aguarda “tradução da bula” para início da vacinação contra dengue
Pasta inicia imunização em fevereiro; calendário depende da norma da Anvisa
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou nesta terça-feira (30) que o governo ainda espera a impressão da bula traduzida para o português para iniciar a vacinação contra a dengue no país.
A ideia do Ministério da Saúde é iniciar a imunização contra a doença ainda em fevereiro, mas a elaboração de um calendário ainda depende do cumprimento dessa norma exigida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
“Nós ainda não iniciamos a distribuição porque há uma exigência que tem de ser cumprida pelo laboratório produtor, exigência regulatória da Anvisa de que a bula esteja em português, então [o laboratório] está finalizando esse processo”, disse.
A declaração da ministra foi feita após reunião com Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) para apresentar ações de prevenção e controle da dengue no país.
Segundo dados atualizados nesta terça, nas quatro primeiras semanas de 2024, o Brasil já registrou mais do que o triplo de casos de dengue em relação ao mesmo período de 2023.
Até o momento, o país registrou 217.481 casos prováveis da doença neste ano. No mesmo período do ano passado, foram 65.366 casos.
O painel de monitoramento de arboviroses do governo contabilizou 15 mortes pela doença neste ano. Outros 149 óbitos seguem em investigação. Em 2023, 41 mortes foram registradas.
Vacina contra a dengue
O imunizante contra a dengue, chamado de Qdenga, foi incorporado no Sistema Único de Saúde (SUS) em dezembro de 2023, tornando o Brasil o primeiro país do mundo a oferecê-lo no sistema público universal.
A vacina, porém, não é produzida em larga escala e necessita de duas doses para a proteção total. O laboratório japonês Takeda Pharma é o responsável pelo desenvolvimento do imunizante.
Segundo o laboratório, a previsão é que sejam entregues 5,082 milhões de doses em 2024, entre fevereiro e novembro. Por isso, a distribuição deve ser focada em públicos e regiões prioritárias.
Como a aplicação da vacina é feita em duas doses, porém, no máximo 3 milhões de pessoas serão vacinadas. No Brasil, a imunização terá como público-alvo as crianças e os adolescentes de 10 a 14 anos.