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    Biden e Putin discutem sobre a Ucrânia em teleconferência de duas horas

    Líderes também discutiram o diálogo EUA-Rússia sobre estabilidade estratégica, ransomware e o trabalho conjunto em questões regionais como o Irã

    Maegan Vazquezda CNN

    O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente russo, Vladimir Putin, falaram por cerca de duas horas em uma videochamada nesta terça-feira (7), no que se esperava ser uma reunião altamente importante para os dois líderes em meio à escalada das tensões entre a Rússia e a Ucrânia.

    Uma declaração da Casa Branca sobre a ligação disse que Biden “expressou as profundas preocupações dos Estados Unidos e de nossos Aliados europeus sobre a escalada de forças da Rússia em torno da Ucrânia e deixou claro que os EUA e nossos aliados responderiam com fortes medidas, entre elas econômicas, no caso de escalada militar.”

    Ele também “reiterou seu apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia e pediu uma redução da escalada e um retorno à diplomacia”, disse a Casa Branca.

    Os dois presidentes incumbiram suas respectivas equipes de acompanhar as discussões, com a Casa Branca acrescentando que “os EUA o farão em estreita coordenação com aliados e parceiros”.

    Além da questão da Ucrânia, os dois líderes discutiram “o diálogo EUA-Rússia sobre estabilidade estratégica, um diálogo separado sobre ransomware, bem como o trabalho conjunto em questões regionais como o Irã”, disse a Casa Branca.

    Uma fotografia da Casa Branca da reunião mostrou que o secretário de Estado Antony Blinken, o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan e o diretor sênior para a Rússia e Ásia Central Eric Green estavam sentados ao lado de Biden na Sala de Situação durante a videochamada.

    A reunião começou às 120h07 e terminou às 14h08 (horário de Brasília), de acordo com a Casa Branca. Os dois líderes participaram de uma cúpula em Genebra em junho passado. A última ligação divulgada publicamente foi em julho.

    Durante os últimos meses, a Rússia ergueu linhas de abastecimento, incluindo unidades médicas e combustível, que poderiam sustentar um conflito prolongado caso Moscou decidisse invadir a Ucrânia, disseram duas fontes familiarizadas com as últimas avaliações de inteligência à CNN.

    E descobertas recentes da inteligência dos EUA estimam que a Rússia pode começar uma ofensiva militar na Ucrânia em questão de meses, já que acumula até 175.000 soldados ao longo da fronteira. A comunidade de inteligência dos EUA também acredita que Putin ainda não se decidiu a lançar uma ofensiva militar contra a Ucrânia.

    Ainda na terça-feira, Biden falará com o presidente Emmanuel Macron da França, a chanceler Angela Merkel da Alemanha, o primeiro-ministro Mario Draghi da Itália e o primeiro-ministro Boris Johnson do Reino Unido – o mesmo grupo de aliados europeus com quem ele conversou na noite de segunda-feira. Terça-feira marca o último dia completo de Merkel no cargo.

    Na noite de segunda-feira, os líderes discutiram “sua preocupação comum sobre o aumento do exército russo nas fronteiras da Ucrânia e a retórica cada vez mais dura da Rússia”, de acordo com um comunicado da Casa Branca.

    “Os líderes concordaram em manter contato próximo em uma abordagem coordenada e abrangente em resposta ao aumento militar da Rússia nas fronteiras da Ucrânia”, disse a Casa Branca sobre o telefonema de segunda-feira. Na segunda-feira, o Pentágono confirmou que continuou a observar “capacidade militar adicional” das forças russas ao longo da fronteira do país com a Ucrânia.

    “O que continuamos a ver, e o que continuamos a ver, é uma capacidade adicional que o presidente Putin continua acrescentando, uma capacidade militar acrescida na parte ocidental de seu país e em torno da Ucrânia”, disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby.

    Nos últimos dias, autoridades americanas avaliaram se deveriam emitir sanções de amplo alcance contra a Rússia, com o objetivo de impedir Putin de lançar uma invasão à Ucrânia. Elas incluem novas ações contra membros do círculo íntimo de Putin e produtores de energia russos, e uma “opção nuclear” potencial – desconectar a Rússia do sistema de pagamento internacional SWIFT usado por bancos em todo o mundo.

    As autoridades disseram que as decisões finais não foram tomadas sobre se e quando aplicar as novas sanções, e disseram que o governo Biden está atualmente em negociações com parceiros europeus – muitos dos quais têm relações econômicas mais estreitas com a Rússia – na esperança de coordenar a ação.

    Com as considerações de sanções econômicas, o governo também está explorando opções para uma possível evacuação de cidadãos americanos da Ucrânia, se a Rússia invadisse o país e criasse uma situação de segurança terrível, disseram  fontes à CNN.

    O planejamento de contingência está sendo liderado pelo Pentágono, disseram as fontes, e ocorre no momento em que o governo informa ao Congresso como os EUA estão se preparando.

    Um alto funcionário do governo disse esta semana que os EUA estão engajados em “intensas discussões com nossos parceiros europeus sobre o que faríamos coletivamente no caso de uma grande escalada militar russa”.
    A União Europeia “continua a apoiar totalmente a Ucrânia em face da agressão russa”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em um tweet na terça-feira (7).

    “Responderemos a quaisquer agressões futuras, aumentando e expandindo as sanções existentes”, acrescentou.
    A fonte também disse que a União Europeia está “pronta para tomar medidas restritivas adicionais, em coordenação com nossos parceiros”.

    “A ascensão do extremismo e da autocracia também pode ser uma questão de segurança para os países. Nesse contexto, devemos também falar sobre os movimentos militares russos e seu aumento maciço ao longo da fronteira oriental da Ucrânia”, continuou ela.

    Kevin Liptak, Natasha Bertrand, Ellie Kaufman, Jennifer Hansler, Zahra Ullah, Anna Chernova e Jim Sciutto contribuíram para esta reportagem.

    (Texto traduzido, leia original em inglês aqui)

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