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    Bolsonaro critica Anvisa e restrição de voos: “de novo vai começar esse negócio?”

    Em evento com industriais, Bolsonaro disse que brasileiros precisarão "enfrentar" a ameaça da nova variante

    Raphael Coraccinida CNN , Em São Paulo

    O presidente Jair Bolsonaro criticou, nesta terça-feira (7), uma das propostas da Anvisa para tentar evitar um novo aumento de casos no país diante da aparição da variante, Ômicron.

    A Anvisa recomendou o fechamento do espaço aéreo para dez países. O Brasil já cancelou voos para seis países que registraram os primeiros casos da nova variante, mas o presidente se mostrou contra a medida, adotada pelo Ministério da Saúde, em evento a industriais em São Paulo.

    “Anvisa quer fechar o espaço aéreo, de novo!”, disse o presidente antes de soltar um palavrão. “De novo vai começar esse negócio?”, completou.

    Bolsonaro disse ainda que a nova variante é uma das várias que devem aparecer e que, por isso, será preciso conviver com ela.

    “Vai ter um monte de variante pela frente, temos que enfrentar. Ninguém vai ganhar a guerra dentro da trincheira, chega de ‘fica em casa e a economia a gente vê depois’”.

    O presidente também disse que o Brasil já disponibilizou vacina para quem quisesse tomar e relativizou a eficiência do imunizante. “Disseram para eu não falar da vacina, mas hoje sabemos que quem toma vacina pode contrair e transmitir o vírus, e morrer também, infelizmente”.

    Demarcação de terras

    Durante o evento, Bolsonaro comemorou a queda de 80% na aplicação de multas no campo e a paralização de demarcação de terras indígenas em seu governo.

    “O homem do campo acordava, e via que a região ao redor estava demarcada”, disse. “Não existe mais demarcação de terra indígena”, afirmou.

    Ele elogiou ainda as iniciativas do governo de formalização da propriedade de terras em áreas onde o processo de aquisição de terras e não podia ser comprovada. Sobre a titulação de terras ele disse que, “hoje, o homem do campo” pode pegar “um pedaço de papel” e dizer, “’essa terra é minha’”.

    Supremo e eleições de 2022

    Bolsonaro procurou moderar críticas ao STF, mas disse que se o Supremo aprovar o marco temporal e a demarcação de terras indígenas seria “o fim do Brasil” com a proteção de áreas com o perímetro semelhante ao da região Sudeste.

    “É lamentável a decisão de alguns colegas do Supremo”, disse Bolsonaro sobre posições favoráveis à nova proposta do marco temporal.

    Ele relacionou as eleições de 2022 ao poder que o próximo presidente terá de influenciar no Supremo.

    Bolsonaro indicou dois ministros desde que se tornou presidente e o vencedor da próxima eleição terá direito a indicar mais dois ainda no primeiro semestre de 2023. “Não é apenas a eleição para Presidência, quem chegar à Presidência vai renovar mais duas vagas no Supremo”, disse.

    “Como é duro ser patrão!”

    Em aceno aos industriais presentes, Bolsonaro disse que os empresários não devem nada ao governo.

    “O que a gente tenta fazer é facilitar a vida de vocês, vocês não devem fazer nenhum favor a nós, nós que devemos a vocês, quem emprega são vocês”, disse. “Como é duro ser patrão no Brasil, eu sei disso!”, completou.

    O presidente também fez críticas às tentativas de deputados de oposição, que tentaram aumentar o rigor da lei contra o trabalho análogo à escravidão, e mencionou o trabalho do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, na inviabilização das novas propostas de recrudescimento das medidas.

    “Começou uma pressão pela esquerda que dominava o Brasil para que o trabalho análogo à escravidão fosse encarado como trabalho escravo”, disse.

    “Ou seja, por um desses itens que foram deixados de lado pelo Rogério Marinho, você poderia perder a fazenda que foi de seu bisavô. Que país é esse?”, completou.

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