Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Se Brasil pensa em Carnaval, passaporte da vacina é urgente, diz microbiologista

    Natalia Pasternak, no entanto, afirmou à CNN que analisando a atual situação do Brasil "é cedo para fazer uma festa de aglomeração como o Carnaval"

    João de Marida CNN , Em São Paulo

    A microbiologista Natalia Pasternak afirmou à CNN nesta segunda-feira (6) que o Brasil precisa do passaporte da vacina contra a Covid-19 “urgente”, sobretudo se o país “pensa em festas de Carnaval” para o ano que vem.

    “A maior incógnita que eu vejo para o ano que vem é o passaporte da vacina para entrar no Brasil. O Carnaval é uma festa internacional, que atrai muito turismo. Vamos querer que o Brasil se transforme em um destino turístico de antivacina, de pessoas que não querem se vacinar e vão olhar para o país dizendo ‘oba, não exige passaporte de vacina, vamos todos para lá’?”, indagou.

    “Precisamos do passaporte da vacina urgente, principalmente se nós pensamos em festas de Carnaval no ano que vem. Temos uma variante nova circulando e não sabemos muito sobre ela, se é mais transmissível que a Delta, se ela escapa de vacinas e o quanto elas escapam”.

    Levantamento divulgado pela CNN nesta segunda-feira (6) mostra que ao menos quatro capitais brasileiras definiram que não será realizada a festa de Carnaval em 2022 devido à pandemia de Covid-19.

    Belém, Campo Grande, Cuiabá e Teresina decidiram não realizar eventos no período.

    A pesquisadora ressaltou, no entanto, que o passaporte da vacina não deve ser a única ferramenta para evitar a transmissão do vírus e a circulação da nova cepa no país. Ela afirmou ainda que analisando a atual situação do Brasil “é cedo para fazer uma festa de aglomeração como o Carnaval”.

    “Você não vai conseguir em uma festa de rua colocar barreiras como mostrar carteira de vacinação. Não tem como fiscalizar se todo mundo”, disse. “Além de passaporte de vacinas, precisamos de testagem, vigilância genômica, e precisamos de regras reais para viagens internacionais. Seja de exigência de testagem, vacinas, quarentena, e não um fechamento de fronteiras que acaba virando um teatro, porque isso não resolve. Penso que já tivemos tempo suficiente na pandemia para ver que fechar fronteira não segura vírus”.

    Segundo ela, as medidas decretadas pelo governo federal acabam inclusive “punindo países específicos” sem ter uma real “justificativa”.

    “Acabamos até punindo países, como a África do Sul, que fizeram excelente serviço de vigilância genômica, e um excelente serviço ao reportar rapidamente à Organização Mundial da Saúde (OMS) deixando o mundo em alerta sabendo o que procurar [variante Ômicron]”, avaliou.

    “Graças à África do Sul o mundo sabia o que procurar, essa nova variante. E a gente [Brasil] responde como? Punindo o país africano com barreiras sanitárias a uma variante que talvez nem tenha surgido lá, mas que foi detectada graças a um bom serviço”.

    [cnn_galeria active=”false” id_galeria=”439988″ title_galeria=”Veja a vacinação contra a Covid-19 no Brasil e no mundo”/]

    Restrições devido à variante Ômicron

    No dia 26 de novembro, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira anunciou a suspensão de voos para seis países do continente africano para o Brasil: África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

    No dia 1º, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enviou um ofício à Casa Civil solicitando a restrição de voos de mais quatro países africanos: Angola, Malawi, Moçambique e Zâmbia, devido à variante Ômicron do coronavírus.

    Nesta segunda-feira (6), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso determinou prazo de 48 horas para que os ministérios da Casa Civil, Justiça, Saúde e Infraestrutura se manifestem sobre a exigência do passaporte da vacina ou quarentena obrigatória para a entrada de viajantes no Brasil.

    Cancelamentos

    O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), decidiu cancelar as festas de Carnaval em 2022, após reunião com representantes da Secretaria Municipal de Saúde. A decisão, divulgada no dia 30 de novembro, abrange os desfiles das escolas, blocos de ruas e demais manifestações culturais de rua.

    Em Campo Grande, as festas de Carnaval foram canceladas pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD). Clubes, agremiações e espaços privados estão autorizados, porém, a realizar eventos, seguindo orientações de biossegurança.

    No dia 1º de dezembro, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), informou que vai editar decretos proibindo a realização de festas públicas e privadas alusivas ao Carnaval, devido ao surgimento da variante Ômicron.

    A prefeitura de Teresina, informou que não terá um calendário de comemorações de Carnaval em 2022. O prefeito José Pessoa Leal (MDB) seguirá as orientações do Comitê de Operações Emergenciais (COE) do município, que avalia o cenário da pandemia.

    Tópicos