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    Estamos esgotando capacidade de arrumar arrecadação para sustentar déficit, diz CEO da SPX Capital

    Rogerio Xavier critica marco fiscal aprovado por priorizar receitas ao invés de despesas

    Pedro Zanattada CNN , em São Paulo

    Passados cinco meses desde a aprovação do novo marco fiscal pela Câmara dos Deputados, as dúvidas em torno da capacidade do governo de cumprir a meta de déficit zero seguem entre os agentes do mercado.

    O CEO da SPX Capital, Rogerio Xavier, alerta para o cenário doméstico das contas públicas, uma vez que o país não deve alcançar a meta proposta para este ano.

    “O mercado em geral é convencido de que não vamos atingir o déficit zero e com a trajetória da dívida/PIB subindo. Mas o mais importante é a velocidade com que fazemos essa piora […] o problema é que estamos esgotando a capacidade de arrumar a arrecadação para financiar o déficit”, disse durante o evento Latin America Investment Conference, do Grupo UBS.

    A expectativa por parte do mercado para este ano é de um déficit entre 0,5% e 1% do Produto Interno Bruto (PIB).

    Para Xavier, em um cenário de queda das taxas de juros nos países desenvolvidos e com uma economia global positiva, o Brasil pode se beneficiar em 2024. Porém, o economista alerta para o modelo considerado “ruim” do marco fiscal aprovado.

    “O modelo que foi implementado do arcabouço é um modelo ruim, porque ele privilegia a receita invés de conter a despesa”, explica.

    O ceticismo, segundo Xavier, é corroborado também por conta da própria agenda e viés do atual governo, com um discurso voltado para maiores gastos com o social.

    “O governo quer aumento real do salário mínimo, quer que as despesas de educação e saúde estejam em patamar elevado, que é contra o que precisamos fazer para ajustar as contas públicas”, afirmou o gestor.

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