Brasil atrai novos voos e terá rota direta para a Arábia Saudita em 2024

O Brasil e a Arábia Saudita querem inaugurar, ainda em 2024, a primeira ligação aérea direta entre os dois países. O voo deverá ser operado pela Saudia Airlines.

O compromisso de abertura da nova rota comercial foi fechado entre o ministro do Turismo, Celso Sabino, e o sultão M. Al Mussallam, vice-ministro saudita da áerea, às margens de uma feira internacional de turismo na Espanha.

Detalhes sobre a rota serão acertados em uma reunião agendada para março. Embora nenhum dos dois lados tenha dado pistas sobre o destino em cada país, a ligação São Paulo-Riad é candidata natural para o novo voo.

Brasil e Arábia Saudita têm um acordo bilateral de serviços aéreos, que é um pré-requisito para o estabelecimento de voos entre os dois países, desde 2022.

Em novembro de 2023, durante visita a Riad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman sobre a possibilidade de operações da Saudia no Brasil.

“O vice-ministro do Turismo da Arábia Saudita me disse que essa conversa do presidente Lula com o príncipe surtiu resultado e a companhia terá um voo para o Brasil”, afirmou Sabino à CNN.

Conectividade

O governo tem se esforçado para ampliar a conectividade aérea do país, em uma tentativa de facilitar o acesso de turistas estrangeiros ao Brasil, segundo o ministro.

Nos últimos seis meses, disse Sabino, cerca de 20 novos voos internacionais foram criados ou recriados para cidades brasileiras. Um deles é o Brasília-Santiago, uma rota inédita, que vai ser operada pela chilena Sky Airlines.

Na Fitur, a feira internacional de turismo realizada na Espanha, o governo de Pernambuco e a companhia espanhola Air Europa acertaram a retomada dos voos Recife-Madri. Essa rota, que foi suspensa em 2019, será reiniciada em 21 de junho com duas frequências por semana.

Em conversa com a CNN, o embaixador dos Emirados Árabes no Brasil, Saleh Alsuwaidi, disse esperar a volta dos voos São Paulo-Abu Dhabi, pela Etihad, em breve.

O ministro Sabino também se encontrou com representantes da maior operadora italiana de turismo, a Alpitour, com o objetivo de avançar nas negociações para o estabelecimento de um novo voo direto entre a Itália e o Brasil, por meio da empresa aérea Neos.

“É muito importante que tenhamos mais voos para o Brasil e, assim, um número maior de estrangeiros tenha a oportunidade de conhecer o nosso país”, disse Sabino.

Em 2023, o Brasil chegou muito perto da marca de seis milhões de visitantes internacionais, retomando o volume pré-pandemia. O desafio, agora, é superar o recorde de 6,6 milhões de turistas estrangeiros em 2016.

Déficit

De janeiro a novembro (último dado disponível), os estrangeiros injetaram US$ 6,2 bilhões com turismo e viagens no Brasil. Esse montante é cerca de 25% maior do que no ano anterior.

No entanto, a balança do turismo ainda é deficitária em mais de US$ 7 bilhões. Isso significa que os brasileiros gastaram muito mais no exterior do que visitantes internacionais desembolsaram por aqui.

“Para cada estrangeiro que vem ao Brasil, dois brasileiros vão ao exterior. A nossa balança é extremamente desequilibrada”, comentou Sabino.

“É muito importante, neste momento em que o Brasil ressurge no mundo e fortalece sua economia, ter mais estrangeiros chegando ao país. Para isso, a promoção no exterior é fundamental”.

Em 2023, a Embratur teve pouco mais de R$ 100 milhões para a promoção do turismo brasileiro no exterior. O México, por exemplo, tem um orçamento de aproximadamente US$ 500 milhões anuais para essa finalidade.