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    Bolsas dos EUA fecham em alta com investidores de olho nos impactos da Ômicron

    Dow Jones cresceu mais de 600 pontos na sessão desta quinta-feira

    Artur Nicocelido CNN Brasil Business* , São Paulo

    Os principais índices dos Estados Unidos fecharam em alta nesta quinta-feira (2), dando sequência a mais uma sessão tumultuada pelos possíveis impactos da nova variante do coronavírus.

    O Dow Jones subiu 1,82%, aos 34.641 pontos (crescendo 600 pontos hoje), o Nasdaq valorizou 0,83%, aos 15.381 pontos, e o S&P 500 terminou com alta de 1,42%, aos 4.577 pontos – dez dos 11 setores do S&P fecharam no azul.

    Os investidores norte-americanos seguem atentos aos comentários de cientistas sobre a eficácia das vacinas já produzidas contra a Ômicron, além de estarem digerindo a fala de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, Banco Central dos Estados Unidos), sobre o programa de compra de títulos.

    Na última terça-feira (30), o presidente da Moderna, Stéphane Bancel, disse ao jornal Financial Times, que as vacinas provavelmente são menos eficientes contra a Ômicron. Ele destacou ainda, ao jornal CNBC, que poderia levar meses para começar a distribuir uma vacina que funcionasse contra a variante.

    De todo modo, os laboratórios têm opiniões distintas sobre a eficácia dos imunizantes. A vacina da Pfizer-BioNTech provavelmente oferece proteção contra casos graves da variante Ômicron, afirmou Ugur Sahin, presidente-executivo da companhia.

    Na tarde de ontem, os Estados Unidos confirmaram o primeiro caso da Ômicron no país. Em uma coletiva de imprensa na Casa Branca, o imunologista Anthony Fauci afirmou que o caso confirmado foi identificado em uma pessoa que viajou para África do Sul em 22 de novembro e testou positivo para Covid-19 em 29 de novembro.

    O Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul disse que o número de casos relatados aumentou para 8.561 na quarta-feira.

    Jerome Powell

    A curva de rendimento se achatou esta semana, com os rendimentos dos títulos de prazo mais curto subindo e os de prazo mais longo caindo. Esse movimento é reflexo da fala de Powell da última terça-feira (30) e ontem (1º), quando afirmou que estava preparado para acelerar a redução gradual do programa de compra de títulos.

    “Acho que a redução das compras não precisa ser um evento disruptivo nos mercados, não espero que seja. Não tem sido até agora. Telegrafamos isso”, disse Powell em resposta a uma pergunta em audiência no Congresso.

    “Acho que se olhar para a situação da economia, olhe para onde estamos, olhe para os dados mais recentes, você pode ver a política altamente expansionista que temos mesmo depois do fim da redução de estímulos, é realmente apropriado reduzir”, afirmou ainda. “E, como mencionei ontem, acredito que seja apropriado avaliar na próxima reunião reduzir mais rápido, para que (as compras) sejam encerradas algumas meses mais cedo.”

    Powell declarou por fim que a política monetária precisará se adaptar à medida que as autoridades buscam trazer milhões de cidadãos norte-americanos de volta ao trabalho e, ao mesmo tempo, garantir que a recente alta da inflação não se enraíze.

    “Quase todos os analistas esperam que a inflação caia significativamente no segundo semestre do próximo ano”, disse Powell durante audiência perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA. “A questão é que não podemos agir como se tivéssemos certeza disso… Temos que usar nossa política (monetária) para abordar a gama de resultados plausíveis, não apenas o provável.”

    Ele acrescentou que a recuperação norte-americana está mais forte do que a de outras economias importantes, em parte graças ao apoio fiscal mais robusto. Os gastos do consumidor nos EUA aumentaram em outubro e os pedidos iniciais de auxílio-desemprego estão numa mínima em 52 anos, levando economistas a elevarem suas estimativas de crescimento do PIB para o quarto trimestre.

    A inflação dos preços ao consumidor nos Estados Unidos subiu para 6,2%, em outubro, e já acumula em 12 meses a maior alta dos últimos 30 anos, informou o Bureau of Labor Statistics (equivalente americano ao IBGE).

    *Com informações da Reuters e de Jacqueline Howard, Kaitlan Collins, Betsy Kleinda, da CNN

     

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