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    Espaçonave japonesa fez pouso ‘torto’ na Lua e motor perdeu funcionalidade

    Durante o pouso, a espaçonave experimentou “algum tipo de anomalia” e foi forçada a pousar com o nariz primeiro

    Francesca AnnioAlex StambaughKatie HuntAshley Stricklandda CNN

    A agência espacial do Japão disse nesta quinta-feira (25) que seu explorador robótico Moon Sniper pousou a 55 metros do alvo na superfície lunar na semana passada, classificando como uma “conquista significativa”, apesar dos problemas durante o pouso que colocaram a missão em risco.

    A missão Smart Lander for Investigating Moon, ou SLIM, alcançou a superfície da Lua em 19 de janeiro, de acordo com dados compartilhados pela JAXA (Agência de Exploração Aeroespacial do Japão).

    Durante o pouso, a espaçonave experimentou “algum tipo de anomalia” a uma distância de cerca de 50 metros acima da superfície, disseram funcionários da JAXA em entrevista coletiva.

    Como resultado, o impulso de um dos motores principais foi perdido, forçando a espaçonave a pousar de nariz, com o “motor principal voltado para cima e em uma posição quase vertical”.

    Isso quer dizer que agora os painéis solares da nave espacial estão voltados para oeste e não para cima como pretendido, forçando-a a operar com energia limitada da bateria.

    Desde então, a bateria do módulo de pouso foi desligada para manter a funcionalidade da espaçonave, disseram funcionários da JAXA.

    Se o Moon Sniper conseguir sobreviver às temperaturas geladas da noite lunar, a agência espacial espera que a luz possa atingir as células solares à medida que o ângulo do Sol na Lua muda, potencialmente restaurando a geração de energia e permitindo a retomada das operações.

    Apesar destes desafios, a agência saudou o momento como “uma conquista significativa para a futura exploração lunar e planetária”.

    O explorador SLIM utilizou nova tecnologia de precisão para demonstrar uma aterrissagem “pontual” e atingiu com sucesso seus objetivos de aterrissar a menos de 100 metros de seu alvo.

    A agência disse que conseguiu se comunicar com o SLIM após o pouso e divulgou as primeiras imagens transmitidas da superfície lunar.

    A sonda usou sua câmera multibanda para captar 257 imagens de baixa resolução da superfície lunar, que foram combinadas para mostrar a paisagem ao redor do SLIM.

    A equipe da missão analisou o mosaico e deu apelidos às rochas de interesse que correspondem às suas estimativas de tamanho.

    Se o módulo de aterrissagem for novamente ligado, a equipe espera realizar outras observações para saber mais sobre o local de aterrissagem do SLIM, que está localizado na encosta de uma cratera numa região lunar chamada de Mar do Néctar.

    O professor associado da Universidade de Aizu, Chikatoshi Honda, participou do desenvolvimento da câmera depois que a equipe de instrumentos foi criada em 2016.

    “Dado que nem todos os programas de exploração resultam necessariamente na aquisição de dados, estamos entusiasmados em ver que o SLIM deu frutos e capturou algo tangível diante das câmeras”, disse Honda em comunicado.

    A aterrissagem fez do Japão o terceiro país neste século – e o quinto de todos os tempos – a pousar na Lua.

    A JAXA disse que está investigando os motivos da anomalia durante o pouso e a perda da funcionalidade principal do motor.

    Funcionários da agência espacial acrescentaram que esperam que a tecnologia desenvolvida no SLIM possa ser aplicada em futuras missões espaciais.

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