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    New Hampshire: cinco pontos principais das primárias Republicanas

    O ex-presidente Donald Trump saiu vitorioso na segunda prévia consecutiva do Partido

    Eric Bradnerda CNN

    O ex-presidente Donald Trump deu um grande passo para conquistar a terceira indicação presidencial republicana consecutiva na terça-feira (23), vencendo as primárias de New Hampshire em um confronto contra sua última rival, a ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley.

    Haley prometeu permanecer na corrida republicana, dizendo que agora se concentrará nas primárias de 24 de fevereiro em seu estado natal, a Carolina do Sul.

    Mas ela estará lutando contra os fatos: na história moderna das campanhas presidenciais, nenhum candidato venceu as prévias de Iowa e as primárias de New Hampshire sem conseguir a indicação de seu partido.

    Trump, que subiu ao palco logo após Haley falar, irritado com sua decisão de continuar sua campanha.

    “Ela tinha que vencer”, disse o ex-presidente. “Ela falhou feio.”

    Enquanto Haley tenta provar que continua a ser uma candidata viável, o presidente Joe Biden iniciou os preparativos para uma revanche nas eleições gerais contra Trump – despachando funcionários seniores da Casa Branca para trabalhar na sua campanha e realizando um evento na Virgínia onde aproveitou para criticar Trump sobre o direito ao aborto.

    Aqui estão cinco pontos principais das primárias de New Hampshire:

    Trump quer Haley fora – agora

    Ao invés de fazer comentários para comemorar a vitória em New Hampshire, Trump parecia irritado por Haley ainda não ter desistido da corrida republicana nas primárias.

    Ele zombou de Haley, chamando-a de “impostora” que “reinvidicou a vitória” apesar de ter se saído “muito mal”. (Na verdade, Haley parabenizou Trump pela sua vitória no início dos seus comentários.)

    As declarações do ex-presidente americano deixaram claro que os ataques de Haley em relação a sua idade, os erros verbais que comete e as derrotas republicanas durante o tempo em que atuou como líder do partido, o frustraram.

    Foi um contraste expressivo com os comentários feitos por Trump há oito dias, em Iowa, quando disse que os rivais eram “pessoas muito inteligentes, pessoas muito capazes” e quando Trump previu que os republicanos “vão se unir em breve”.

    Ele convidou dois ex-candidatos ao Partido Republicano em 2024, o empresário Vivek Ramaswamy, e o senador da Carolina do Sul, Tim Scott, para atacar Haley no palco na terça à noite.

    “O que vemos neste momento com a continuação [de Haley] na corrida é o ponto fraco da política americana”, disse Ramaswamy, atribuindo a decisão da ex-governadora de continuar a sua candidatura a “megadoadores” que estão na contra mão com o que os americanos querem. “O que vimos esta noite foi a primeira América derrotando a última América.”

    Mais tarde, Trump deu a Scott, que estava no palco atrás dele, a chance de atacar Haley. Ele apontou que Haley nomeou o republicano da Carolina do Sul para o Senado em 2013.

    “Você já pensou que ela realmente nomeou você, Tim?” disse Trump. “Você realmente deve odiá-la.”

    Scott diplomaticamente foi até o microfone para intervir. “Eu apenas amo você”, disse ele.

    Haley diz que a corrida do Partido Republicano está ‘longe de terminar’

    Pré-candidata republicana à Presidência dos EUA Nikki Haley durante evento de campanha em Indian Land, no Estado norte-americano da Carolina do Sul / 28/08/2023 REUTERS/Sam Wolfe

    Embora Trump esteja ansioso para que as primárias republicanas acabem, e a gerente de campanha de Biden, Julie Chavez Rodriguez, tenha dito na noite de terça-feira que Trump “praticamente garantiu” a indicação de seu partido, Haley insistiu que não abandonará a disputa.

    “New Hampshire é a primeira do país. Não é a última do país. Esta corrida está longe de terminar. Ainda faltam dezenas de estados”, disse Haley aos apoiadores em seu discurso na terça-feira em New Hampshire.

    O que não está claro, porém, é onde Haley poderia realmente conseguir uma vitória contra Trump.

    Ela não participará das convenções de Nevada em 8 de fevereiro (em vez disso, estará nas eleições primárias do estado, dois dias antes, o que não a levará a ganhar nenhum delegado) e as pesquisas em seu estado natal, a Carolina do Sul – onde as primárias de 24 de fevereiro serão o próximo grande confronto – mostram Trump com uma grande vantagem.

    É provável que Haley enfrente imensa pressão para abandonar a corrida nos próximos dias. Ela enfrentará dúvidas sobre se seguirá um caminho semelhante ao do governador da Flórida, Ron DeSantis, que prometeu continuar após garantir segundo lugar nas convenções de Iowa da semana passada – e desistiu dias depois.

    A campanha de Haley disse na terça-feira que está colocando US$ 4 milhões em reservas de publicidade televisiva na Carolina do Sul. Ela também fez um comício quarta-feira à noite em North Charleston.

    Mark Harris, diretor executivo do super PAC SFA Fund pró-Haley, disse à CNN que o grupo está “focado na Carolina do Sul” e planeja gastar milhões em anúncios, correspondência e muito mais.

    O argumento de Haley: Trump é um perdedor

    Donald Trump durante evento para arrecadação de recursos para campanha em Columbia, no Estado da Carolina do Sul / 05/08/2023 REUTERS/Sam Wolfe

    Haley usou seu discurso de terça à noite para apresentar seu argumento mais contundente sobre a elegibilidade – responsabilizando Trump pelo desempenho decepcionante dos republicanos nas eleições de meio de mandato de 2018 e 2022 e nas eleições presidenciais de 2020.

    “Com Donald Trump, os republicanos perderam quase todas as eleições competitivas”, disse ela, relembrando os fracassos do Partido Republicano durante o período de Trump como líder do partido. “O segredo mais mal guardado na política é o quanto os democratas querem concorrer contra Donald Trump.”

    Um apoiador gritou: “Ele é um perdedor!”

    O ex-governador da Carolina do Sul chamou Trump de “o único republicano no país que Joe Biden pode derrotar”.

    Ela também falou novamente sobre as idades. Trump terá 78 anos na eleição em novembro; Biden terá 81 anos. Ela também questionou a competência mental de Trump e o desafiou a debater com ela. (Trump faltou a todos os cinco debates primários republicanos e não deu nenhuma indicação de que consideraria participar em um deles.)

    Trump está dominando as pesquisas primárias republicanas. Mas as pesquisas também mostram que Haley supera o ex-presidente em um hipotético confronto eleitoral com Biden – algo que Haley tem notado com frequência nos últimos dias.

    “O primeiro partido a aposentar o seu candidato de 80 anos será o partido que vencer esta eleição”, disse ela na noite de terça-feira. “E acho que deveriam ser os republicanos a vencer esta eleição. Portanto, a nossa luta não acabou, porque temos um país para salvar.”

    Sinais de alerta para Trump

    Embora a vitória de Trump tenha sido um grande passo para consolidar a nomeação do Partido Republicano, houve sinais de alerta para seu desejo de concorrer nas eleições gerais nas pesquisas de boca de urna da CNN com eleitores republicanos nas primárias de New Hampshire.

    Haley conquistou 29% do eleitorado que se identificou como moderado por uma margem de 3 para 1.

    Na questão do aborto, Trump era o favorito daqueles que apoiam a proibição da maioria ou de todos os abortos em todo o país, mas Haley o superou entre os 67% do eleitorado das primárias que disseram que se oporiam à proibição. A campanha de Biden na terça-feira sinalizou a sua intenção de tornar o direito ao aborto um foco central das eleições gerais.

    “Que não haja erros: a pessoa mais responsável por tirar esta liberdade nos Estados Unidos é Donald Trump”, disse Biden aos seus apoiadores em um comício em Manassas, Virgínia.

    Houve outros sinais potenciais de problemas com os eleitores moderados de Trump.

    Entre eles: 44% do eleitorado nas primárias disse que Trump não está apto para a presidência se for condenado por um crime, e Haley conquistou 84% desses eleitores. Haley obteve 79% dos votos daqueles que disseram que Biden venceu legitimamente as eleições de 2020 – mostrando uma limitação entre os eleitores por causa das mentiras de Trump sobre a fraude eleitoral generalizada.

    A candidatura de Biden às eleições gerais toma forma

    O presidente dos EUA, Joe Biden, discursa para marcar o terceiro aniversário dos ataques de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio dos EUA em Blue Bell, Pensilvânia / 05/01/2024 REUTERS/Eduardo Munoz

    Biden venceu as primárias de New Hampshire na noite de terça-feira, mas correu o risco de sofrer uma reação negativa no estado depois de liderar a pressão democrata para rebaixar o estado no processo de indicação do partido – fazendo com que as primárias da Carolina do Sul a se tornassem a primeira disputa democrata com delegados.

    O Comitê Nacional Democrata considerou a votação “sem sentido” e incentivou os candidatos presidenciais a “tomar todas as medidas possíveis para não participar”. Ainda assim, os aliados de Biden lançaram uma campanha para fazer com que os democratas escrevessem o nome de Biden na cédula, e isso acabou levando a uma vitória fácil.

    Foi um lembrete de que, embora o deputado Dean Phillips do Minnesota e a autora Marianne Williamson estejam desafiando Biden, não há drama: o caminho de Biden para a nomeação democrata para um segundo mandato é claro.

    A campanha de Biden, entretanto, se prepara para um início antecipado das eleições gerais, transferindo dois assessores seniores da Casa Branca para a equipe de campanha de reeleição em Wilmington. Jen O’Malley Dillon, que foi gerente da campanha de Biden em 2020, está prestes a fazer a transição para o cargo de presidente da campanha de Biden, enquanto Mike Donilon, um guru de mensagens de longa data de Biden, será o estrategista-chefe.

     

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