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    Saiba por que a OMS pulou letras do alfabeto grego ao nomear variante Ômicron

    Letras "Nu" e "Xi" seriam as próximas na lista utilizada para as variantes do coronavírus pela Organização Mundial da Saúde

    Faith Karimida CNN

    O nome da nova variante do coronavírus Ômicron está causando alguma confusão.

    Desde maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) usa letras do alfabeto grego para nomear as variantes do coronavírus. A Delta foi a mais dominante, seguida por outras oito – incluindo Épsilon, Iota e Lambda – que até agora praticamente desapareceram.

    Então, depois que uma nova variante com o pesado nome científico de B.1.1.529 foi descoberta na semana passada na África do Sul, os espectadores poderiam esperar que a OMS a nomeasse com a próxima letra grega da lista: Nu.

    Mas a agência de saúde ignorou Nu, junto com a letra seguinte – Xi – e em vez disso foi direto para Ômicron – a 15ª letra do alfabeto grego.

    “Nu é facilmente confundido com ‘novo’ [em inglês] e Xi não foi usado porque é um sobrenome comum”, explicou a organização em um comunicado enviado por e-mail à CNN.

    “E as melhores práticas da OMS para nomear novas doenças sugerem ‘evitar ofender quaisquer grupos culturais, sociais, nacionais, regionais, profissionais ou étnicos’. ”

    Embora pronunciada de forma diferente, a letra grega Xi tem uma semelhança com o sobrenome chinês Xi – como no líder chinês Xi Jinping – o que alimenta especulações do que pode ter influenciado a OMS a pular a letra.

    A China tentou se distanciar da pandemia de Covid-19 e resistiu às afirmações de que o vírus se originou na cidade chinesa de Wuhan.

    Nomes científicos para doenças “podem ser difíceis de dizer e lembrar, e estão sujeitos a relatórios incorretos”, disse a OMS em maio. “Como resultado, as pessoas muitas vezes recorrem a chamar as variantes pelos locais onde são detectadas, o que é estigmatizante e discriminatório.”

    Para evitar esses estigmas, a OMS tem evitado associar o vírus a regiões específicas do mundo. Alguns acreditam que o uso dos termos “vírus de Wuhan” e “vírus chinês” para descrever a Covid-19 levou à perseguição de pessoas de ascendência asiática.

    Em seu site, a OMS disse ter identificado as melhores práticas para a nomenclatura de novas doenças humanas, “com o objetivo de minimizar o impacto negativo desnecessário de nomes de doenças no comércio, viagens, turismo ou bem-estar animal”.

    Foi assim que essa última variante do coronavírus se tornou chamada Ômicron.

    E se ainda mais novas variantes surgirem, há mais nove letras no alfabeto grego. A próximo é Pi.

    * Matéria traduzida. Leia a original aqui.

    Como o superacelerador de partículas pode ajudar no combate à Covid-19:

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