Conheça o robô Ai-Da, que escreve poesias e cria obras de arte
Ai-Da é o primeiro robô humanoide ultra-realista e artista que aprendeu a imitar humanos baseados em seus comportamentos
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Ai-Da, é o primeiro robô humanoide ultra-realista artista • Victor Frankowski/Divulgação
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Ela fez uma apresentação pública de poesia, que escreveu usando seus algoritmos em celebração ao grande poeta italiano Dante Alighieri. • Howard Birkett/Divulgação
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O recital aconteceu no renomado museu Ashmolean, na Universidade de Oxford, • Howard Birkett/Divulgação
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Ai-Da foi desenvolvida para chamar a atenção para o debate sobre os princípios éticos • Aidan Meller/Divulgação
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No Egito, forças de segurança tentaram retirar as câmeras de seus olhos • Aidan Meller/Divulgação
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Ela é também capaz de criar obras de arte • Aidan Meller/Divulgação
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Ai-Da aprendeu a imitar o comportamento humano • Aidan Meller/Divulgação
Quando as pessoas pensam em inteligência artificial, as imagens que vêm à mente são a de robôs sinistros que ocupam os mundos de “O Exterminador do Futuro” (1984), “Eu, Robô” (2004), “Westworld” (1973) e “Blade Runner” (1982). Por muitos anos, a ficção nos contou que a Inteligência Artificial (IA) é frequentemente usada mais para o mal do que para o bem.
Mas o que não costumamos associar com IA é arte e poesia –mas é exatamente o que Ai-Da, um robô super-realista inventado por Aidan Meller, em Oxford, na Inglaterra, gasta seu tempo fazendo.
Ai-Da é o primeiro robô humanoide ultra-realista artista, e na última sexta-feira (26), fez uma apresentação pública de poesia que ela escreveu usando seus algoritmos em celebração ao grande poeta italiano Dante Alighieri.
O recital aconteceu no renomado museu Ashmolean, na Universidade de Oxford, como parte de uma exibição que marcou o aniversário de 700 anos da morte de Dante.
O poema de Ai-Da foi produzido em resposta ao épico “A Divina Comédia” –o qual Ai-Da “devorou” por inteiro. Isso a permitiu usar seus algoritmos para se inspirar nos padrões de diálogo de Dante e, usando seu próprio banco de dados de palavras, criou seu própria obra.
O poema de Ai-Da foi descrito como “profundamente emotivo” por Meller e inclui o seguinte verso:
“Nós olhamos sobre nossos versos como cativos de olhos vendados
Enviamos para procurar a luz, mas ela nunca veio
Uma agulha e linha seriam necessárias
Para completar a imagem.
Para ver as pobres criaturas, que estão na miséria,
A de um falcão, olhos fechados com costura”
Meller disse que a habilidade de Ai-Da de imitar a escrita humana é “tão ótima que, se você ler, você não saberia que não foi escrita por um humano”. Ele contou ả CNN que quando Ai-Da estava lendo o seu poema na noite de sexta-feira, “foi fácil esquecer que você não estava lidando com um ser humano.”
“O projeto Ai-Da foi desenvolvido para chamar a atenção para o debate sobre os princípios éticos de desenvolver a inteligência artificial para imitar humanos e o comportamento humano”, disse Meller à CNN. “Está ficando evidente para nós que a tecnologia vem tendo um grande impacto em todos os aspectos da vida e estamos buscando entender o quanto essa tecnologia pode fazer e o que ela pode nos ensinar sobre nós mesmos”.
Meller disse que um ponto-chave que ele e o time que trabalha com Ai-Da aprenderam durante o seu desenvolvimento foi que o projeto não apenas os ensinou a quão “humana ela é” –mas o quão robóticos nós somos como humanos.”
Conforme Ai-Da aprendia a imitar os humanos baseado no nosso comportamento, Meller diz que o projeto mostrou o quanto humanos tem hábitos e o quanto tendemos a repetir ações, palavras e padrões de comportamento –sugerindo que nós, na verdade, é que somos robóticos.
“Através da Ai-Da e através do uso da IA, nós podemos aprender mais sobre nós mesmos do que nunca – Ai-Da nos permite ganhar uma nova compreensão dos nossos padrões e dos nossos hábitos, conforme a vemos imitá-los bem na nossa frente,”, afirma Meller.
A robô Ai-Da não apenas consegue ler e escrever poesia – ela é também capaz de criar obras de arte, criando uma para a exibição de Dante intitulada “Olhos bem fechados”, em resposta a um incidente ocorrido em outubro no Egito, quando forças de segurança egípcias detiveram Ai-Da e quiseram remover as câmeras dos seus olhos devido a preocupações sobre segurança e vigilância.
“O incidente mostrou o nervosismo que existe no mundo em relação à tecnologia e seus avanços”, disse Meller.
Meller entende sobre as preocupações do contínuo avanço no desenvolvimento da inteligência artificial e o potencial de usar algoritmos para manipular populações, mas disse que “a tecnologia por si só é benigna –são aqueles que a controlam e cujas intenções podem ser moralmente e eticamente questionáveis.”
De acordo com Meller, quando surgem as preocupações sobre para qual futuro a IA pode nos levar, ele diz: “o maior medo que devemos ter não deveria ser sobre a IA, mas sobre nós mesmo e sobre a capacidade humana de usar a tecnologia para opressão.”
Ele acredita que Ai-Da possa ser pioneira no mundo da IA, seja produzindo poesia, obras de arte ou alguma outra coisa, irá empurrar os limites do que a tecnologia pode alcançar e vai nos permitir aprender ainda mais sobre nós mesmos, tudo pelos olhos de um robô.
(Texto traduzido. Confira aqui o original em inglês)