Vacinas vão ter que ser reavaliadas conforme novas cepas surgirem, diz médica
À CNN, infectologista Raquel Muarrek afirmou que ainda é necessário tempo para saber o grau de gravidade da variante Ômicron
A nova variante do coronavírus, batizada de Ômicron, pode exigir uma reavaliação e modificação nas vacinas disponíveis atualmente para aumentar o grau de proteção delas, segundo a infectologista Raquel Muarrek. Em entrevista à CNN, ela afirmou, porém, que ainda não é possível saber qual é o grau de gravidade ou mortalidade da nova cepa.
“[As vacinas] vão ter que ser avaliadas do ponto de vista de resposta imune e sustentada para as cepas que vão surgindo”, afirma a médica. Ela lembra, porém, que todas as vacinas disponíveis atualmente já possuem tecnologia que permite a adaptação para novas variantes, é o que ocorre anualmente com a vacina da gripe, por exemplo.
“Todas vão ter que ser modificadas ou adaptadas a cada período ou a cada grau de mutação grave”, diz. Segundo ela, ainda não é possível saber ainda o quão grave é a variante Ômicron, para demandar ou não a mudança em imunizantes.
O processo de análise do novo grau de gravidade devido às mutações ainda “virá com o tempo”. “O que temos é que são sinais leves, e está apresentando a adaptação e a infecção, então é um aumento de transmissão, isso a gente já sabe dessa cepa, se é grave ou se tem mortalidade, isso é só com o tempo”, afirma.
Segundo a infectologista, o que torna a Ômicron uma variante de preocupação é o seu alto número de mutações. Já foram identificadas cerca de 50, com 32 apenas na proteína Spike, ligada a transmissão do vírus. “Elas podem só intervir na entrada, tendo sintomas leves, ou pode diminuir a resposta vacinal. É uma variante de preocupação pela quantidade de resposta que ela faz para entrar e apresentar o quadro”.
Ela afirma que, mesmo em um quadro de casos leves, a alta transmissibilidade da variante aumentaria a chance de pessoas mais vulneráveis ao vírus contraírem a doença e terem um quadro grave, e portanto as medidas de proteção para esses grupos são ainda mais necessárias.
A infectologista diz que o surgimento de novas mutações é “inevitável” conforme o coronavírus tenta se adaptar para encontrar a melhor forma de sobreviver nos organismos de seres humanos.
Para ela, “enquanto tiver ainda casos com transmissão comunitária sustentada, como tinha na África e temos no nosso país ainda, essa variante, ou qualquer variante, sofre as suas mutações, adaptando e entrando novamente no ser humano”.
Com isso, ela considera que o mais importante no combate à variante Ômicron e outras possíveis cepas é o tratamento correto contra a Covid-19 e uma vacinação “a toque de caixa”. Muarrek considera que um número ideal para a população vacinada seria de 85% a 90% da população, taxa ainda distante da atual.
“No momento não é ideal retirar as máscaras, porque temos ainda transmissão sustentada comunitária e isso ainda vai levar esse vírus a se adaptar e a ter ainda focos de transmissão alta”, afirma.
Outra medida que Muarrek considera importante para conter a transmissão do coronavírus é a exigência do passaporte de vacinação para as pessoas que tentarem entrar no Brasil. “O nosso país também tem que se proteger, exigir carteira de vacina para a população de fora é algo que já existe para nós em qualquer lugar do mundo, é algo necessário para proteger da transmissão dentro do nosso país”.
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Posto de vacinação no Museu da República, no Catete, no Rio de Janeiro. Veja a vacinação contra a Covid-19 no Brasil e no mundo • Pedro Duran/CNN
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Enfermeira mostra vacina contra a Covid-19 para mulher no Rio de Janeiro • Mario Tama/Getty Images
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Enfermeira do SUS aplica vacina contra Covid-19 em homem em sua casa na Rocinha, no Rio, em uma das rondas frequentes que profissionais de saúde fazem na comunidade para imunizar pessoas que não querem ir ao posto • Mario Tama/Getty Images
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Vacinação contra a Covid-19 em São Paulo • Reuters/Carla Carniel
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Enfermeira na campanha de vacinação contra a Covid-19 na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro • Fernando Souza/picture alliance via Getty Images
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Boris Johnson visita centro de vacinação contra a Covid-19 em Londres • Alberto Pezzali - WPA Pool/Getty Images
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Japonesa faz triagem para ser vacinada contra Covid-19 • Stanislav Kogiku - 2.ago.2021/Pool Photo via AP
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China vacina estudantes universitários contra a Covid-19 • Costfoto/Barcroft Media via Getty Images
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Alguns países já fazem a vacinação de adolescentes contra a Covid-19 • Getty Images (FG Trade)
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Enfermeira aplica vacina em Dhaka, Bangladesh, que pretende imunizar 10 milhões em uma semana • Maruf Rahman / Eyepix Group/Barcroft Media via Getty Images
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Cidade de Aue-Bad Schlema, na Alemanha, distribui cachorros-quentes gratuitamente para quem apresentar o cartão de vacinação • Hendrik Schmidt/picture alliance via Getty Images
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Vacinação contra Covid-19 em Nova Délhi, na Índia • Adnan Abidi/Reuters
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Homem de 45 anos é vacinado em posto drive-in na cidade de Bhubaneswar, na Índia • STR/NurPhoto via Getty Images
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Vacinação contra a Covid-19 em prisão em Harare, Zimbabwe • Tafadzwa Ufumeli/Getty Images
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Vacinação contra a Covid-19 em Dakar, no Senegal • Fatma Esma Arslan/Anadolu Agency via Getty Images
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Vacinação contra a Covid-19 em Bangcoc, Tailândia • Reuters/Athit Perawongmetha