Câmeras de transportes coletivo serão usadas na identificação de foragidos no RJ
Monitoramento será nos trens, metrô e barcas, onde circulam cerca de 1 milhão de passageiros por dia
As mais de mil câmeras de monitoramento instaladas em transportes coletivos sob responsabilidade do governo do estado do Rio de Janeiro, como trens, metrô e barcas, passarão a ser utilizadas para identificação de foragidos da Justiça. O acordo para implementar o sistema de identificação facial da Polícia Militar nos modais públicos foi assinado pelo governador Cláudio Castro na última segunda-feira (22).
Além disso, a CCR Via Lagos, que opera a Rodovia que liga a capital à região dos Lagos, também vai disponibilizar o acesso às câmeras presentes nas vias.
A previsão é que o sistema entre em operação antes do Carnaval nos transportes públicos. A ideia é que, com a colaboração das concessionárias, haja a possibilidade de localizar criminosos foragidos, com mandados de prisão em aberto na Justiça; uma vez que as empresas atendem cerca de 1 milhão de pessoas por dia.
“Essa integração de câmeras, de imagens, fará com que a gente possa melhorar não só a segurança pública, mas usar os equipamentos também no trânsito, no auxílio ao salvamento de pessoas, ou seja, em diversas perspectivas”, disse Castro.
Como funcionará o sistema
A tecnologia é baseada em inteligência artificial. As imagens serão transmitidas diretamente para o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), onde a equipe de fiscalização da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio (Agetransp) também atua.
Para o conselheiro presidente da Agetransp, Adolfo Konder, o monitoramento vai proporcionar maior sensação de segurança também para os passageiros dos transportes públicos do Rio.
Utilização do reconhecimento facial
Desde o Réveillon, o videomonitoramento por reconhecimento facial vem sendo implementado pelo governo do Rio em vários pontos do estado, em especial na capital. No entanto, das prisões feitas, duas foram irregulares e os suspeitos foram liberados após serem detidos. Na ocasião, a Secretaria de Segurança Pública disse que as inconsistências do sistema podem ocorrer por uma questão de atualização do banco de dados.
Atualmente, o governo do estado usa 112 câmeras espalhadas pela capital para realizar o monitoramento em tempo real. Agentes que trabalham no CICC monitoram as câmeras e acionam a equipe policial que está mais próxima ao alvo identificado.
A comunicação entre os servidores é feita pela câmera acoplada no uniforme do policial que está na rua. Para a verificação da identidade, são utilizadas imagens dos bancos de dados da Polícia Civil e do Detran-RJ.
Ainda segundo dados do governo, até o momento, já foram acopladas 12.719 câmeras portáteis nos uniformes dos policiais militares.
Segundo o secretário de Estado da Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Pires, o acordo vai contribuir para a melhor eficácia no policiamento ostensivo.