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    Coisa boa não estavam fazendo, diz Castro sobre mortos ‘camuflados’ no Salgueiro

    Governador do Rio de Janeiro afirmou que ‘ninguém vai pro mangue camuflado trocar tiro de airsoft com a polícia’; seis mortos na operação usavam roupas camufladas

    Pedro Duranda CNN , no Rio de Janeiro

    Em visita à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o governador Claudio Castro sugeriu que os mortos no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, não estavam fazendo ‘coisa boa’.

    Nove pessoas morreram depois de confrontos com a polícia ao longo do último final de semana. Segundo os laudos periciais, seis deles estavam usando roupas camufladas, tipicamente adotadas como uniforme do tráfico de drogas em comunidades fluminenses.

    “Gente, aqui ninguém é criança. Ninguém vai camuflado pro mangue trocar tiro com a polícia de airsoft. Se foi completamente vestido camuflado trocar com tiro com a polícia no mangue, certamente coisa boa não estava fazendo”, sugeriu Castro em entrevista coletiva com jornalistas após a entrega da Lei Ordinária da Polícia Civil ao plenário da Alerj.

    Airsoft é uma modalidade de prática esportiva de tiro com armas não letais. A modalidade se assemelha ao paintball com cápsulas de plástico em vez de balas de verdade. As armas usadas, no entanto, são muito semelhantes e até reproduções de armas letais.

    “A gente apoia sempre as polícias, mas não apoia, por óbvio, o erro. Então está sendo investigado pela polícia civil e, se tiver tido erro, qualquer agente individualmente será punido. Eu duvido que há instituição que puna tanto os seus como as polícias do Rio de Janeiro. Então as polícias tem punido os seus que fazem mal feitos exemplarmente”, acrescentou Castro.

    Castro foi à Alerj acompanhado do secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski, que adotou um tom mais moderado em relação ao caso.

    Moradores recolhem corpos no Complexo do Salgueiro, no Rio de Janeiro / José Lucena/Estadão Conteúdo

    “No final a gente vai ter uma investigação que vai dizer se todos aqueles que estavam lá, os motivos que estavam lá naquele momento, por que estavam camuflados, por que as pessoas que não estavam camufladas estavam no mangue, o que faziam ali naquele horário, então assim a gente tem que aguardar, eu sempre peço pra aguardar a investigação pra no final a gente se posicionar”, disse ele em resposta à CNN Brasil.

    A operação policial no Complexo do Salgueiro que terminou com dez mortos, entre eles nove civis – incluindo um menor de idade – e um policial militar está sendo investigada pela própria Polícia Militar, pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Estado.

    “Eu acho que o momento é de produzir provas técnicas pra gente entender o que houve lá. Se a polícia estiver errada ela sempre vai ser punida e se ela estiver certa ela vai sempre tentar aprimorar, se qualificar pra não errar”, afirmou o secretário.

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