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    Perícia aponta mais de 40 tiros nos mortos e recolhe armas de PMs do Salgueiro

    Polícia civil quer ouvir os integrantes do Bope que participaram da ação

    Isabelle SalemePedro Duranda CNN , no Rio de Janeiro

    A perícia nos corpos dos nove homens mortos no último final de semana no Complexo do Salgueiro apontam que pelo menos 41 tiros acertaram os supostos criminosos. Os tiros se concentram na região da cabeça e do tórax e um dos laudos chega a afirmar que disparos são compatíveis com fuzil. Essa é justamente a arma dos policiais do Bope que atuaram na região depois da morte do sargento Leandro da Silva.

    Com 17 anos e sem antecedentes criminais, Kauã Brenner Gonçalves Miranda, o único menor entre os mortos, é o que foi acertado pelo maior número de disparos, oito ao todo. Ele levou tiros no peito e nas pernas. A perícia diz ainda que ele estava com casaco camuflado, tipicamente usado por traficantes no Rio de Janeiro. Seis dos nove corpos periciados usavam esse tipo de roupa.

    A CNN apurou que duas equipes do Bope de cerca de 30 homens cada foram enviadas ao local, as equipes Charlie e Delta. Uma patrulha de uma dessas equipes teria sido a responsável pelo confronto com os supostos criminosos no que os policiais chamam de ‘quadrante’ da região de mangue, onde os corpos foram encontrados sob lama na madrugada de domingo (21/11) para segunda (22/12).

    As armas de oito policiais do Bope, justamente os que fariam parte dessa patrulha, foram entregues à polícia civil. São quatro fuzis do tipo Colt calibre 556 e quatro do tipo Ar-10 calibre 762. Um exame balístico vai determinar se os tiros disparados por essas armas são compatíveis com os ferimentos encontrados nos homens mortos no final de semana.

    A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí deve ouvir nos próximos dias os policiais militares que participaram da operação. A intenção é entender exatamente o que aconteceu no final de semana, especialmente durante o suposto confronto. O Bope foi chamado para atuar na área após a morte do sargento da PM Leandro da Silva, no sábado (20). Com a chegada da tropa de elite, os policiais militares deixaram a região.

    Uma das perguntas que a investigação terá de responder é: por qual motivo os homens do Bope não acionaram a PM para isolar a área ou a perícia para recolher os corpos depois do confronto? Além disso, a polícia civil vai tentar determinar o local exato da troca de tiros para entender se os corpos podem ter sido movidos numa tentativa de ocultação. Uma das acusações dos moradores do Salgueiro já foi descartada pela polícia civil, a de que os homens mortos haviam sido torturados. Não havia sinais de tortura nos corpos periciados, segundo a Delegacia de Homicídios.

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