Falta de saneamento causou 0,9% de todas as mortes no Brasil entre 2008 e 2019
À CNN Rádio, a geógrafa do IBGE, Daiane Ciriáco, analisou o Atlas de Saneamento, divulgado nesta quarta-feira (24)
O Atlas de Saneamento, divulgado nesta quarta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trouxe índices importantes sobre a coleta de esgoto e tratamento de água no Brasil.
De acordo com o estudo, as doenças relacionadas ao saneamento inadequado provocaram 0.9% de todas as mortes no Brasil no período entre 2008 e 2019. A Doença de Chagas e as diarreias são as mais recorrentes.
Em entrevista à CNN Rádio, a geógrafa do IBGE Daiane Ciriáco, disse que o saneamento básico é “uma questão bastante importante no país.”
“A gente precisa procurar a universalização de tratamento de água e esgoto. A ONU [Organização das Nações Unidas] traçou 17 objetivos necessários para melhorar a qualidade de vida e o saneamento está entre eles. Pensando na coleta de esgoto e água potável, é um grande desafio”, analisou.
Daiane afirmou que as doenças relacionadas ao saneamento, como as que são transmitidas por inseto vetor, “se tivessem tratamento adequado, tanto da água, quanto do esgoto, o índice [de mortes] seria muito baixo.”
Para a especialista, “muito ainda precisa ser feito” e a “universalização ainda está longe de ser alcançada”. No entanto, ela destaca: “trabalhando em conjunto com a iniciativa pública e privada vamos conseguir desenvolver essas áreas.”
Um outro dado importante diz respeito às diferenças entre disponibilidade de água e tratamento de esgoto.
Enquanto 99,6% dos municípios tinham abastecimento de água por rede geral, apenas 60,3% faziam coleta de esgoto em 2017.
Somente São Paulo, Rio de Janeiro e o Distrito Federal tiveram taxas superiores a 85% de domicílios atendidos pelo serviço de esgoto. As regiões Norte e Centro-Oeste são os maiores desafios para a cobertura de esgotamento sanitário.