Prévia do Ibovespa: veja apostas de analistas sobre quem entra ou sai do índice
Marfrig foi a companhia que mais valorizou dentre todas do Ibovespa entre 31 de julho e 23 de novembro
A primeira prévia da nova composição do Ibovespa — principal indicador de desempenho dos papéis listados na B3 — deve ser divulgada na próxima sexta-feira (3).
Composto de 91 ativos de 84 empresas, o índice é reavaliado de quatro em quatro meses. A próxima carteira teórica será vigente entre janeiro e abril de 2022.
Veja o que pode mudar, na opinião de especialistas:
Positivo e Porto Seguro entre as favoritas
Grande parte das apostas de analistas aponta para a entrada da companhia de tecnologia Positivo (POSI3) e a seguradora Porto Seguro (PSSA3) no índice.
“Ambas possuem um histórico de volume positivo e o número de ações negociadas alto”, aponta o relatório da XP. Bank of America e BTG Pactual também têm o ativo da Positivo entre suas apostas.
No caso da Positivo, além de ser a maior fabricante brasileira na área de tecnologia, a empresa ampliou recentemente seu portfólio e já detém cerca de 3% do market share total de máquinas de pagamento no Brasil, dizem os analistas do setor Bernardo Guttmann e Marco Nardini.
“Outro ponto de destaque foi o crescimento expressivo da receita bruta e a expansão do Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no terceiro trimestre. A receita líquida da Positivo avançou 62,5%, para R$ 828,79 milhões, entre julho e setembro”.
Sobre a Porto Seguro, destaca-se o incremento na frota segurada de 7,8% no terceiro trimestre, além da carteira de crédito que chegou aos R$ 12,5 bilhões, alta de 41,4%, se comparado com 2020, segundo os analistas Eduardo Nishio, head de research e finanças da Genial Investimentos, Bruno Bandiera e Guilherme Vianna, analistas do setor financeiro da corretora.
Outro destaque foi o anúncio de uma parceria com a Cosan para explorar o negócio de aluguel de veículos. “Na nossa visão tais iniciativas podem contribuir para crescimento das verticais de negócio de serviços financeiros e carro fácil, apesar do risco de perda de foco com grande número de projetos tocados simultaneamente”, dizem os analistas.
Outras apostas
Filipe Villegas, estrategista de ações da Genial Investimentos, e Evandro Bertho, sócio fundador da Nau Capital, acredita que a CESP (CESP6) e a CSN Mineração (CMIN3) também entrarão para o Ibovespa.
Caso a expectativa seja confirmada, o índice passará a ter 95 empresas. Sendo esse o maior número de companhias, “proporcionando maior diversificação setorial e menor dependência de um grupo seleto de empresas que se concentram hoje em companhias ligadas a commodities e ao setor bancário”, diz Villegas.
A Vale (VALE3), por exemplo, tem participação de 11,81%, enquanto os ativos da Petrobras PETR4 e PETR3 pesam 6,39% e 4,96%, respectivamente. Já o Itaú (ITUB4) ocupa 5,4% da carteira do Ibovespa.
O relatório da XP estima que o peso dos novos papéis serão: CMIN3 com 0,3%, CESP6 e PSSA3 com 0,2%, e POSI3 com 0,03%.
Para que empresas sejam incluídas no Ibovespa, segundo a B3, as companhias precisam:
- Estar entre os ativos elegíveis que, no período de três carteiras, representaram em conjunto 85% do total do IN (indicadores de negociabilidade, ou indicador do volume de negociações);
- Ter presença em 95% dos pregões que ocorreram durante a última carteira;
- Participar do volume financeiro maior ou igual a 0,1% no mercado a vista, no período também da última carteira;
- Não ser classificado como penny stock, ações negociadas por menos de R$ 1,00.
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Saídas
Enquanto a XP e a Garde não preveem que haja alguma saída na nova carteira, a Genial acredita que a GetNet (GETT11), que realizou seu IPO em 22 de outubro e tem participação de 0,017% no Ibovespa, saia da composição no próximo ano.
Os papéis da companhia desvalorizaram mais de 40% desde sua oferta pública. “A ação está desenquadrada nos critérios estabelecidos pela própria B3 para permanecer no índice. Por exemplo, apresenta o Índice de Negociabilidade abaixo do indicado”, justifica o sócio fundador da Nau Capital, que também acredita na retirada da ação.
De acordo com a Economatica, 46 empresas estrearam na Bolsa de Valores este ano, e, na mediana, tirando os outliers (que fogem muito da tendência da maioria), as ações das novatas tiveram desempenho negativo de 27,43% desde a estreia.
Segundo a B3, os critérios de exclusão das companhias do índice são:
- Deixarem de atender a dois dos critérios de inclusão;
- Estarem entre os ativos classificados acima dos 90% do IN no período de três carteiras;
- Sejam definidos como penny stock;
- Durante o período de vigência da carteira passarem a ser classificados em situação especial.
No dia 3 de janeiro irá ocorrer as entradas e saídas do índice Ibovespa oficialmente.
Ajustes
Os analistas da Garde Investimentos acreditam que a Vale poderá ganhar mais 2,2% de espaço no Ibovespa, e os papéis do Banco Inter, BIDI4 e BIDI11, subirão 0,6% e 0,4% respectivamente – as ações da fintech possuem hoje a participação de 0,1% e 0,8%.
Por outro lado, os analistas esperam que a ação ordinária da Petrobras (PETR4) perca 0,6%, o BTG Pacual (BPAC11) e a Klabin (KLBN11) recuem 0,4%, e a Ambev (ABEV3) caia 0,2%.
Já a Nau Capital projeta que a Vale cresça 3,6% e que a Rede D’Or (RDOR3) suba para 1,6%. A rede hospitalar conta hoje com a participação de 0,86%.
A XP acredita ainda que a ação preferencial da Petrobras cairá 0,50% e que o Itaú (IBU4) e o Bradesco (BBDC4) poderão perder 0,40%.
A Genial não prevê rebalanceamento nas composições atuais.
Melhores retornos do mês:
De acordo com o levantamento do Economatica feito para a CNN, a Marfrig (MRFG3), que possui a participação de 0,45% na carteira, foi a companhia que deu mais retorno dentre todas do índice, entre 31 de julho e 23 de novembro. Os papéis da produtora de alimentos valorizaram 39,67%.
Em segundo e terceiro lugar ficaram a PetroRio (PRIO3) e a Telefônica Brasil (VIVT3), respectivamente. A petroleira, que compõe 0,96% do principal índice brasileiro, valorizou 27% no mesmo período, enquanto a rede de telefonia, que tem o peso de 1,14%, cresceu 24,80% nos últimos quatro meses.
Carteira vigente
A última carteira, divulgada em setembro, registrou a entrada da Alpargatas (ALPA4), Banco Inter (BIDI4), Banco Pan (BPAN4), Meliuz (CASH3), Rede D’Or (RDOR3), Dexco (DXCO3) e Petz (PETZ3).
As ações incluídas no índice valorizaram, na média, 10,4%, nos 30 dias antes do rebalanceamento oficial, aponta um relatório da XP.
Veja como foram os desempenhos, entre 31 de julho e a última terça-feira (23), dos papéis que fazem parte da carteira do Ibovespa que vencerá em 30 de dezembro.