Criptomoedas: 56% buscam aprender sozinhos sobre investimento em ativos digitais
Levantamento exclusivo obtido pela CNN mostra que metade das pessoas investiu pela primeira vez entre 2020 e 2021
Pesquisa divulgada à CNN com exclusividade pela gestora de criptoativos Hashdex e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) estima que 56% das pessoas buscam aprender sozinhas sobre como investir em criptomoedas — ou seja, procuram tutoriais ou vídeos na internet. Isso tanto para pessoas que já investem, como para aqueles que ainda não investem nesse segmento.
O levantamento traz um raio-x do investidor de criptomoedas e mostra, por exemplo, que mulheres são 23% dos investidores de todas as modalidades, mas representam apenas 12% dos investidores de criptos. Elas são mais conservadoras, por isso, o investimento em ativos digitais atrai mais os homens, mais ousados.
A pesquisa também mostra que a maior parte dos investidores começou a investir recentemente: só 12% dos investidores de criptomoedas começaram a investir em 2016 ou antes. Nos anos de 2017, 2018 e 2019 foram de expansão, mas em 2020 e 2021 o investimento disparou: 50% dos investidores começaram a investir neste período.
Esse aumento coincide com a valorização dos bitcoins. No fim de 2019, a moeda digital estava valendo entre US$ 7 mil e US$ 8 mil. Em 2020, começou a disparar e, em 2021, bateu recordes e passou dos US$ 60 mil. Os cerca de US$ 8 mil de 2019 para os US$ 60 mil de agora representa uma valorização de 650%.
São pelo menos três fatores que explicam essa alta. A redução da oferta, pois o bitcoin tem um protocolo que a cada quatro anos cai pela metade a recompensa dos mineradores — isso aconteceu em maio de 2020.
O segundo fator é que no ano passado, com a pandemia, governos injetaram muito dinheiro nas economias, o que enfraqueceu o dólar frente às criptos e teve a popularização das moedas digitais, com PayPal passando a aceitar criptomoedas como pagamento e grandes fundos passando a investir.
Para quem quer se aventurar nas criptos, precisa ter cuidado com o “efeito manada”, já que muitos investidores entram na alta. A pesquisa também mostrou que muitos são autodidatas, não buscam profissionais, mas isso é extremamente arriscado.