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    Jovem cubano conta à CNN que não pôde se manifestar contra prisão de parente

    Grupo de pessoas cercou sua casa durante protestos contra o governo

    Abel Alvaradoda CNN

    Um jovem cubano disse à CNN, nesta terça (23), que no dia 15 de novembro, quando protestos contra o governo foram convocados na ilha, um grupo de pessoas, que ele identificou como seguidores do governo cubano, tentou proibir que ele se expressasse contra a prisão de um parente.

    Jonatan López Alonso contou que na véspera dos protestos pendurou uma placa em frente à sua casa em Santa Clara, localizada a cerca de 280 quilômetros de Havana, para pedir a libertação de seu cunhado, que, segundo ele, está preso desde julho por se manifestar pacificamente contra o governo. No dia seguinte, segundo seu relato, um grupo de pessoas se aproximou de sua casa para retirar a placa.

    Em um vídeo de cerca de quatro minutos transmitido por López Alonso, ele é visto discutindo com esse grupo. No entanto, as imagens não mostram pessoas tentando remover a placa. Em uma parte, ele diz que está defendendo sua liberdade de expressão e pergunta os nomes de pelo menos duas pessoas do grupo, embora apenas uma delas responda dizendo simplesmente que é “um cubano”.

    A CNN não sabe o que aconteceu antes e depois das imagens captadas por López Alonso.

    Em conversa com a CNN, Jonatan explicou que no dia 15 de novembro não planejava sair às ruas para protestar, devido à “militarização e ameaças” em Cuba, mas que pretendia acompanhar a manifestação de sua casa. Conforme explicou, este grupo passou a maior parte do dia em frente ao seu portão até às 18h, hora local, e afirma que são pessoas “obrigadas a praticar atos de repúdio” sob a ameaça de perder seus empregos.

    Alonso afirma que não é um ativista, mas que defende os direitos humanos e que se define como um “jovem cubano como qualquer outro, como a maioria que aspira a viver em um país livre, onde há democracia, e onde se pode escolher o seu presidente ”.

    A CNN entrou em contato com a Embaixada de Cuba nos Estados Unidos para obter um posicionamento, e não recebeu resposta até o momento.

    Vários grupos ativistas pela democracia marcaram protestos contra o governo cubano em várias cidades do país, no dia 15 de novembro. Naquele dia, a equipe da CNN em Havana percorreu a cidade, relatando uma forte presença policial e informando que não houve protestos durante o dia.

    No entanto, de acordo com informações prestadas à CNN pela organização independente de direitos humanos Cubalex, com sede na capital, a polícia prendeu 11 pessoas, enquanto vários agentes e apoiadores do governo “cercaram” outras 50 em suas casas para evitar que ocorressem protestos.

    Nesse mesmo dia, o Ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, se referiu aos protestos convocados em transmissão ao vivo pela mídia estatal como “expectativas artificiais” e dizendo que houve “tentativas de criar uma imagem artificial” da ilha.

    Em apoio a Cuba, no dia 15 de novembro, várias manifestações também foram realizadas em diferentes cidades ao redor do mundo, como Miami, Buenos Aires, Madrid, Cidade do México, Roma e Montevidéu.

    (Texto traduzido. Clique aqui para ler o original em espanhol)

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