Brasil estende vistos para China a até 10 anos e reafirma apoio a Taiwan como território chinês
Declaração foi dada durante visita do ministro das relações Exteriores da China, Wang Yi
O ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira, reafirmou nesta sexta-feira (19) apoio “consistente e inequívoco” do Brasil ao princípio chamado política de “Uma Só China”.
A doutrina da China Única reconhece que o governo central em Pequim representa toda a China e que Taiwan é parte integrante do território chinês.
A declaração foi dada durante visita do ministro das relações Exteriores da China, Wang Yi. O chanceler chinês chegou ao Brasil na quinta-feira (18).
Após a passagem oficial por Brasília, ele segue para Fortaleza para uma audiência com o presidente Lula.
A declaração vem logo após as eleições presidenciais em Taiwan. O partido vencedor do pleito é contrário à unificação com a China, entende que a ilha não está sob controle do Partido Comunista Chinês e afirma que os destinos da população devem ser definidos pelos seus 22,5 milhões de habitantes.
Ao declarar sua vitória após a votação no último sábado (13), o presidente-eleito Lai Ching-te afirmou que a população conseguiu “manter Taiwan no mapa do mundo”.
Esta é a terceira vitória consecutiva do Partido Democrático Progressista para a presidência da ilha.
Relações bilaterais
Após o encontro, que marca mais uma edição do Diálogo Estratégico Global Brasil-China, os dois países assinaram um acordo que estende de 5 para 10 anos o período máximo dos vistos entre os dois países, permitindo múltiplas entradas para brasileiros na China (e vice-versa) por motivos de negócios, turismo ou visita.
Em discurso, Vieira afirmou que os dois ministros discutiram assuntos da política global, como as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, e falaram sobre as comemorações dos 50 anos de relações diplomáticas entre o Brasil e a China, ainda em 2024.
O chanceler brasileiro confirmou uma ida do vice-presidente Geraldo Alckmin a Pequim para o encontro da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação, e uma visita do presidente chinês Xi Jinping, em novembro, para a cúpula de chefes de estado do G20.