Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Áustria volta a impor lockdown nesta segunda após onda de protestos

    No país, vacinação será obrigatória a partir de 1º de fevereiro

    Zeinab Bazzida CNN*

    A Áustria voltou a impor nesta  um lockdown total em todo o país, se tornando o primeiro da Europa Ocidental a adotar, novamente, o bloqueio. A medida entra em vigor nesta segunda-feira (22) e vai durar por, no mínimo, 10 dias.

    Além disso, o presidente do país anunciou que a vacinação será obrigatória a partir de 1º de fevereiro – essa será a medida mais rigorosa para controlar a pandemia já vista em todo o continente europeu.

    “Não queremos uma quinta onda. Não queremos uma sexta e sétima ondas. Não queremos ter essa discussão no próximo verão”, disse o chanceler Alexander Schallenberg em uma coletiva de imprensa.

    Escolas e jardins de infância continuam abertos mesmo durante o bloqueio. Mas, segundo Schallenberg, os pais podem tirar os filhos da escola se assim desejarem.

    As autoridades recomendaram, também, o uso de máscaras FFP2 em espaços fechados e disse que os funcionários poderão solicitar a opção de trabalharem em casa.

    Na última semana, a Áustria já havia adotado mais uma ordem restritiva: um lockdown para os não-vacinados com mais de 12 anos (que será mantido mesmo após a suspensão do bloqueio nacional). Ainda assim, os casos continuaram batendo recordes. Nos últimos sete dias, a incidência de casos foi de 991 para cada 100 mil habitantes.

    As medidas vêm causando desconforto para parte da população, que não concorda com a vacinação. No último sábado (20), milhares de pessoas protestaram contra as restrições relacionadas ao coronavírus.

    A multidão, de cerca de 35 mil pessoas, se aglomerou em frente ao antigo palácio imperial no centro de Viena, agitando bandeiras e carregando cartazes com os dizeres “não à vacinação”, “já chega” ou “abaixo a ditadura fascista”.

    O Partido da Liberdade e outros grupos críticos à vacina já planejavam um ato, mas o anúncio do lockdown incendiou a base e levou o líder do grupo, Herbert Kickl, a declarar que, “a partir de hoje, a Áustria é uma ditadura”. Mas ele não compareceu pois estava infectado com a Covid-19.

    Para evitar novos atos violentos, mais de 1.400 policiais foram enviados ao redor de todo o país para manter a ordem pública.

    As autoridades tentam convencer a população a receberem suas doses, enquanto boa parte dos austríacos continua cética em relação à vacina. A Áustria tem uma das taxas de vacinação mais baixas em toda a Europa Ocidental – ali, somente 66% da população está totalmente imunizada contra a Covid-19.

    Durante a coletiva de imprensa, o chanceler disse que os ativistas antivacina agem de forma irresponsável. “Temos muitas forças políticas nesse país que estão lutando contra a vacinação veemente, massiva e publicamente. Isso é irresponsável. Na verdade, é um ataque ao nosso sistema de saúde”, disse ele.

    A Áustria recomenda a aplicação do imunizante para todos os maiores de 12 anos. Além disso, o país começou um projeto-piloto para vacinar crianças de cinco a 11 anos em Viena, a capital austríaca.

    A chegada do inverno preocupa toda a Europa, que vive uma escalada de casos e reimposição de lockdowns em diversos países, como a Holanda.

    Protesto contra medidas de combate à Covid-19, em Viena
    No último sábado (20), cerca de 35 mil pessoas foram às ruas de Viena protestar contra as novas medidas de restrição adotadas / Reuters/ Leonhard Foeger

    * Com informações da Reuters

    Tópicos