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    Rita Wu
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    Rita Wu

    Arquiteta e designer apaixonada por tecnologias. Interdisciplinar por natureza e indisciplinar por opção, é palestrante, maker e mãe do doguinho Ovo

    Inteligência artificial chegou de vez aos celulares. Mas o que isso significa?

    O lançamento da linha Galaxy S24 da Samsung posiciona a marca como um dos grandes players da IA no momento

    Nesta quarta-feira (dia 17), rolou o evento Galaxy Unpacked, em San Jose, na Califórnia, e pôde ser acompanhado ao vivo nos canais oficiais da empresa. E claro, a grande novidade foi a inteligência artificial embarcada nos dispositivos móveis da linha Galaxy S24, o que traz um experiência bem diferente da que estávamos acostumados, muito mais intuitiva.

    A princípio a ideia me parecia exagerada, afinal já usamos IA nos nossos celulares faz tempo, a partir dos aplicativos que possuem esse esses algoritmos, que são quase todos. Mas eu fiquei surpresa com alguns recursos nativos dos aparelhos. Eu diria até que, depois dos celulares dobráveis, o que eu vi nesses novos aparelhos com Galaxy AI é realmente fascinante.

    Claro que, como um modelo novo, a gente tem uma série de atualizações incrementais, ou seja, melhoria do que já existe. Isso acontece bastante com o hardware, afinal a tecnologia está sempre avançando. Mas esses novos modelos trazem também inovações mais disruptivas, justamente por ter inteligência artificial no aparelho, o que destrava seu uso no dia-a-dia e democratiza ainda mais seu acesso, pelo seu uso intuitivo.

    Mas “onde fica” o Galaxy AI?

    Tudo é muito legal, mas não posso deixar de dizer que, assim como todos os usos de IA, temos questões éticas e de segurança. Uma parte dos recursos que usam IA pode ser executada localmente, pois são processados no próprio dispositivo. Mas boa parte dos recursos que vocês vão ler a seguir, é executada na nuvem. Pra além de usar seu pacote, exigir boa conexão de internet e limitar onde podemos usar, afinal nem todo lugar temos internet, a gente tem aqui dois pontos importantes.

    O primeiro é a rapidez, afinal se tudo é executado no aparelho tente a ser mais rápido, independente da conexão do momento. O segundo ponto é a segurança, afinal, pra algo ser processado na nuvem, dados precisam sair no nosso celular.

    Recentemente vimos que empresas como Google (Pixel) e Apple (iPhone) estão buscando formas de executar seus LLM (modelos de linguagem grandes) no aparelho, sem necessidade de processamento em servidores externos.

    Mas vamos ao que interessa, as principais novidades.

    Imagem e vídeo

    Pra quem usa muito o celular para vídeos e imagem, existem efeitos instantâneos que você pode aplicar diretamente na galeria. O mesmo vale para vídeos, no qual é possível, por exemplo, converter vídeos em velocidade normal em conteúdos com slow motion. Já o editor generativo de IA permite criar novas imagens a partir das originais, com quatro recursos principais: mover e apagar assuntos da imagem, assim como endireitar a imagem distorcida e expandir a mesma, utilizando preenchimento. Nada muito novo e surpreendente, mas a facilidade de uso impressiona, até porque você simplesmente vai editando e não para.

    Outro ponto interessante é que todas as imagens que usam esses recursos de IA terão uma marca d’água na imagem e nos metadados, permitindo a sua identificação como uma imagem gerada artificialmente.

    Assistentes inteligentes em tudo

    Imagina você em uma reunião. Pra fazer uma pauta agora basta gravar e facilmente terá a transcrição do áudio, a sumarização e claro, a identificação de cara orador. Claro, no idioma que você quiser, dentre os disponíveis. Eu testei e vi que ainda rola muita confusão de palavras de pronúncia parecida. Não sei ainda como fica a identificação da mesma língua com diferentes sotaques, mas com certeza é uma mão na roda. Com certeza logo mais os contextos das conversas serão identificados com mais clareza, e o que podemos fazer com isso, integrado a outros recursos de criação é infinito.

    Os resumos de conversas e textos me impressionaram bastante. Pra quem baixa arquivos em PDF ou costuma ler bastante online, ter um recursos que resumem tudo rapidamente e ainda incluem suas anotações. É realmente incrível. Pra quem gosta de anotar suas ideias, ter um assistente inteligente para organizá-las não é mais um sonho.

    Linguagem

    Com certeza o que muita gente gostou foram as traduções simultâneas, sejam elas em ligações ou em mensagens, tudo integrado. É realmente poderoso poder conversar naturalmente com pessoas que falam diferentes idiomas. Isso, de fato, é uma mudança radical na comunicação. Apesar de ainda ter muitos erros de interpretação e contexto, acredito que isso será melhorado rapidamente. No caso de mensagens, o teclado inteligente permite a gente escolher o tom do texto ou estilo de escrita.

    Circule para pesquisar

    E finalmente, um dos recursos que mais gostei, é a possibilidade de fazermos buscas simplesmente circulando aquilo que queremos buscar, de imagens a texto. Esse recurso é tão simples, que nem é preciso fotografar algo ou capturar a tela, o que carregaria a memória se a gente esquecesse de apagar. Basta aparecer na tela, pressionar por mais tempo o botão home, circular e pronto! A busca será automática no Google. Simples assim.

    Câmera

    Além das melhorias incrementais de hardware, velocidade de captura e mecanismos de estabilização de imagem, o que mais chamou a atenção foi o processamento com IA, o que permite zoom de 100x e fotografia noturnas de cair o queixo.

    Design

    O design parece mais sério, reto, menos arredondado, isso da S Pen à tela, o que é uma novidade, afinal esta é a primeira tela plana da linha, desde 2015. Apesar de achar a curva atraente, era pouco funcional. Além disso, telas planas são mais resistentes e a gente não sofre tanto pra aplicar protetores de tela. O acabamento acetinado chama a atenção. E como já era esperado, a Samsung trocou o material de toda a estrutura do telefone do alumínio para o titânio, se aproximando bastante do iPhone 15.

    E o que fica pro futuro próximo?

    Confesso que a princípio estava bem cética em relação a um “AI Phone”, pelo menos no momento. Temos aplicativos com IA que fazem tudo isso que foi dito, e de maneira mais poderosa, porque são softwares específicos. Mas ter tudo integrado onde e como a gente costuma usar é mudar a forma como a gente usa nosso principal dispositivo móvel. A experiência é melhor, a nossa conexão com as pessoas muda e esses recursos destravam ainda mais a nossa criatividade, que agora tem uma assistência inteligente praticamente infinita.

    O uso de IA vai ser cada vez mais natural, e mais do que achar que ela vai nos substituir, devemos olhar essa tecnologia como uma das principais aliadas para a nossa evolução. A nossa vida mudou, mas vai mudar muito mais nos próximos anos.

    Galaxy AI Zone

    Pra quem está em São Paulo, uma boa oportunidade de testar os novos celulares e seus recursos de IA, é só visitar a Galaxy AI Zone, que fica no Shopping Pátio Higienópolis, até dia 11 de fevereiro. Na Av. Higienópolis, 618. Para mais detalhes técnicos, é só acessar o Samsung Newsroom Brasil.