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    Eleições 2022

    Instabilidades em app marcam prévias do PSDB; diretório de MG pede transparência

    À CNN, pré-candidatos disseram que é necessário "adotar providências cabíveis, seja prorrogação ou suspensão", pois "dificultar o processo" não é adequado

    João de MariTeo Curyda CNN Em São Paulo e Brasília

    O PSDB afirmou que o aplicativo “Prévias PSDB”, utilizado neste domingo (21) para escolher o representante da sigla na eleição à Presidência à República em 2022, vem apresentando “instabilidade”. Por este motivo, o partido estendeu o prazo para votação até às 18h — anteriormente, a votação se encerraria às 15h.

    “Desde às 8 horas da manhã deste domingo, 21/11, até este momento o aplicativo Prévias PSDB vem apresentando instabilidade, o que tem impossibilitado os filiados de votarem. Até o momento, 12:30, foram 4:30 praticamente sem o funcionamento do aplicativo”, diz trecho do comunicado assinado pelo presidente estadual do PSDB em São Paulo, Marco Vinholi.

    “Somente em São Paulo são cerca de 26 mil (62% do total) credenciados que, neste momento, não conseguem acesso ao voto. O Diretório Estadual do PSDB de São Paulo já requereu providências e aguarda que o sistema de votação seja retomado o mais brevemente possível, evitando assim um prejuízo enorme para o filiado exercer o seu direito ao voto”.

    Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, João Doria, governador de São Paulo, e o ex-senador pelo Amazonas Arthur Virgílio disputam os votos de 44.697 afiliados e mandatários inscritos. Os três já votaram presencialmente, em Brasília.

    À CNN, os governadores de São Paulo e do Rio Grande do Sul disseram que é necessário que o partido “adote providências cabíveis, seja prorrogação ou suspensão”, pois “dificultar o processo” não é o adequado.

    Eduardo Leite afirmou que pediu a Bruno Araújo, presidente do PSDB, que programe até 15h uma reunião da Executiva do partido para fazer avaliação da evolução e das condições pelo país inteiro para votação para poder adotar providências que sejam cabíveis, seja prorrogação, suspensão ou, se tiver evoluído em boas condições, que se confirme o horário de 18h.

    “Ainda estamos observando instabilidade para a votação. Acompanhei votação frustrada de muitas pessoas. Importante que se garanta legitimidade do processo”, disse.

    João Doria avaliou que esse é um tema que tem que ser esclarecido pela direção nacional do PSDB. Ele afirmou que fica preocupado, porque “muitas pessoas estão irritadas e incomodadas”. Segundo ele, dificultar acesso não é um processo adequado.

    “Espero que nós tenhamos processo transparente até final para garantir que tenhamos candidato escolhido pelo voto direto”, disse.

    Doria fez apelo aos filiados para que não deixem de votar até 18h. “Não desista de votar. Isso é muito importante”.

    Segundo o PSDB-MG, “o que se confirmou é bem mais do que uma instabilidade e, na realidade, uma dimensão inviabilizadora do legítimo direito ao voto”.

    Já o diretório ainda  pediu que as instabilidades sejam apuradas e “com transparência de informações, o partido possa tomar as decisões corretas para concluir o processo eleitoral das prévias partidárias sem prejuízo a qualquer um dos concorrentes e filiados”.

    Conheça as regras da votação

    • Como é definido o vencedor
    • Quem pode votar
    • Como estão definidos os grupos de votação
    • Como estão definidos os grupos de votação
    • Como é calculado o peso de cada voto
    • Como os filiados e mandatários podem votar
    • Segundo turno

    Como é definido o vencedor

    Sai vencedor das prévias o candidato que alcançar maioria absoluta dos votos válidos. Porém, a apuração não funciona no esquema “uma pessoa, um voto”, como nas eleições gerais organizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    Nas prévias do PSDB deste ano, ganha quem tiver a maior votação depois de calculados os votos em cada um dos quatro grupos votantes definidos pela Comissão das Prévias.

    Não há um prazo definido para a finalização da apuração do resultado.

    Quem pode votar

    Todos aqueles que tenham se filiado ao PSDB até 31 de maio de 2021.

    Como estão definidos os grupos de votação

    Os votos são proporcionais, ou seja, têm valores diferentes a depender do grupo de cada eleitor. O PSDB divide os votantes em quatro grupos:

    • Filiados sem mandato (grupo 1)
    • Prefeitos e vice-prefeitos (grupo 2)
    • Vereadores e deputados estaduais ou distritais (grupo 3)
    • Deputados federais, senadores, governadores, vice-governadores, ex-presidentes e o atual presidente da Comissão Nacional Executiva (grupo 4)

    O grupo 1, de filiados, tem 39.737 membros e é o maior grupo, portanto, o que tem o peso do voto mais diluído.

    Em seguida, no grupo 2, estão 491 prefeitos e 396 vice-prefeitos. O terceiro grupo é formado por 3.949 vereadores e 72 deputados estaduais.

    O menor dos grupos, mas com maior peso proporcional na votação, é o grupo 4, onde estão apenas 52 membros do partido, como os governadores Doria e Leite e o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.

    Como é calculado o peso de cada voto

    Cada um dos quatro grupos votantes tem peso de 25% do total de votos.

    Nos grupos 1, 2 e 4, os votos de cada candidato são divididos pelo número total de eleitores do grupo. Por isso, votos do grupo 4, onde estão Doria, Leite e Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, valem mais por ser um grupo com menos participantes.

    Depois de feita essa divisão, o resultado é multiplicado por 0,25.

    O grupo 3 funciona de maneira diferente. Neste grupo, deputados representam 50% do peso total e vereadores, os outros 50%.

    Além disso, os votos de cada candidato são divididos pelo número total de eleitores de cada subgrupo. Depois, o resultado é multiplicado por 0,125 e, ao final, é feita a soma do resultado de cada subgrupo.

    Como os filiados e mandatários podem votar

    Os quase 40 mil filiados sem mandato e os quase 4 mil vereadores podem votar por meio de um aplicativo próprio da sigla.

    Prefeitos, vice-prefeitos e deputados estaduais ou distritais, além de governadores, senadores, o presidente do partido e o ex-presidente da República podem votar tanto pelo aplicativo quanto por uma urna eletrônica que estará instalada em Brasília, em um centro de convenções alugado pela legenda.

    Segundo turno

    Se nenhum dos candidatos obtiver a maioria absoluta dos votos, o partido submete os dois candidatos com maior votação a um segundo turno, que está marcado para o dia 28 de novembro.

    A regra da proporcionalidade também é usada no segundo turno.

    (*Com informações de Raphael Coraccini, da CNN, em São Paulo)