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    É muito potencial não aproveitado, diz ex-CEO da Bayer sobre desigualdade racial

    Segundo Theo van der Loo, o engajamento na questão racial começou quando ele se perguntou onde estavam os negros da empresa, onde foi CEO de 2011 a 2018

    Da CNN Brasil Em São Paulo

    O ex-CEO da farmacêutica Bayer no Brasil, Theo van der Loo, afirmou à CNN neste sábado (20) que há “muito potencial não aproveitado” no país porque negros são “ignorados”. Segundo ele, o Brasil é uma nação “pela metade”. No Dia da Consciência Negra, a CNN no Plural traz histórias de superação diante do racismo no Brasil.

    “Vejo que somos um meio país. O Brasil é um dos países mais populosos do mundo, mas somos, na realidade, só metade. A outra metade [referindo-se à população negra], não tem oportunidade, e é muito potencial que não está sendo aproveitado”, afirmou.

    A reflexão de van der Loo, considerado um aliado do movimento negro e uma das vozes importantes para negros no mercado corporativo, aconteceu a partir de uma conversa com dois amigos.

    “Basicamente me coloquei no lugar de escuta, conversei com duas pessoas negras que eu conhecia, e o que me foi dito é que se eu não puxasse esse assunto dificilmente eles iriam falar sobre isso [diversidade e mesmas oportunidades], porque iam pensar que estariam reclamando da empresa. Hoje mudou muito, mas naquela época não se falava muito”, disse.

    Van der Loo foi CEO da Bayer no Brasil de 2011 a 2018. Segundo ele, o engajamento na questão racial começou quando ele se perguntou onde estavam os negros da empresa. “Sempre senti que algo estava comigo, que eu teria que fazer”.

    Em entrevista à CNN, o executivo ressaltou que na conversa que iniciou uma reflexão sobre racismo, as pessoas negras fizeram questão de pontuar que “não queriam nenhum favor”.

    “Falaram também que não queriam nenhum favor, que queriam apenas uma oportunidade para mostrar que potencial eles tinham, pois tinham que ser muito melhores do que uma pessoa branca para poderem aparecer no radar de uma promoção e de uma contratação. Da mesma forma que uma mulher tem que ser muito melhor do que um homem para ela ter uma oportunidade”, concluiu.

    A reflexão de van der Loo, considerado um aliado do movimento negro e uma das vozes importantes para negros no mercado corporativo, aconteceu a partir de uma conversa com dois amigos / CNN / Reprodução