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    Estudantes negros foram mais impactados na pandemia, diz estudo

    Pesquisa demonstra como a disparidade de acesso a computador e internet afetou o aprendizado de milhares de jovens enquanto as escolas estiveram fechadas

    Diego Barrosda CNN no Recife

    Os estudantes negros foram os que mais sentiram os impactos negativos da pandemia de Covid-19. Uma análise realizada pelo Itaú Social, Fundação Lemann e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) a partir dos dados das edições da pesquisa “Educação não presencial na perspectiva dos estudantes e suas famílias”, realizada pelo Datafolha entre maio de 2020 a setembro de 2021 com pais e responsáveis por crianças e adolescentes da rede pública, demonstra em números a dimensão desses efeitos na vida de milhares de jovens brasileiros.

    Logo no início da pandemia, quando as escolas e instituições de ensino tiveram que migrar para o digital e o ensino à distância, os estudantes negros tiveram dificuldades para acompanhar os conteúdos e assistir às aulas, isso porque o acesso à internet é mais restrito para uma camada da população. Segundo o levantamento, somente 21% dos mais pobres têm acesso a computador com internet.

    Em maio de 2020, 79% dos estudantes brancos já tinham a estrutura em casa para manter o aprendizado, contra 70% dos alunos negros. A proporção é mais agravada no recorte de classe social: 84% para estudantes brancos com renda de mais de dois salários-mínimos e apenas 68% para os negros em famílias que recebem até dois salários-mínimos.

    Em relação à conectividade, dados de setembro de 2021 mostram que um estudante negro de renda familiar abaixo de dois salários-mínimos tem quatro vezes menos chance de ter em sua casa um computador com internet em comparação com um branco de renda familiar maior que dois salários-mínimos – 21% contra 86%, respectivamente. Ainda de acordo com a pesquisa, a desigualdade de conectividade não diminuiu ao longo do tempo.