Escritora descreve medidas de segurança que tomou desde ataque de Trump
E. Jean Carroll testemunhou no segundo dia de julgamento do processo por difamação que move contra o ex-presidente americano
E. Jean Carroll descreveu as diversas medidas de segurança que tomou por medo das mensagens ameaçadoras que recebeu, incluindo contratar segurança e manter uma arma ao lado da cama.
“Comprei balas para a arma que herdei do meu pai”, disse Carroll durante seu depoimento na quarta-feira (17). Ela acrescentou que está “hiperalerta” agora: ela tem um segurança pessoal que a acompanha no julgamento, assim como no último, disse Carroll, acrescentando que gostaria de contratar o serviço com mais frequência, mas não tem dinheiro para isso.
Quando questionada por que ela não excluiu seus perfis nas redes sociais depois que as ameaças chegaram, Carroll disse: “A mídia social é meu sangue vital. Ser escritora e não estar nas redes sociais em 2024 seria viver no esquecimento”, acrescentou.
Talvez antecipando o interrogatório dos advogados de Trump, a advogada de Carroll, Roberta Kaplan, mostrou ao júri mensagens entre Carroll e sua amiga em junho de 2019:
“Estou bem como o vinho”, disse ela em uma mensagem à Lisa Birnbach, que testemunhou no primeiro julgamento que Carroll lhe confidenciou logo após o embate com Trump em 1996.
“Eu sempre digo que estou bem. É isso que digo quando as pessoas me perguntam como estou”, disse Carroll.
Enquanto isso, Trump se inclinava para seus advogados, reagindo a quase todas as partes do depoimento da escritora.
“Pensei que fosse levar um tiro”
A advogada de E. Jean Carroll mostrou ao júri mensagens de assédio que Carroll recebeu sobre suas acusações contra Donald Trump. Em seu testemunho, a escritora disse que recebeu mensagens ameaçadoras, inclusive em 21 de junho de 2019, dia em que Trump fez uma das declarações em questão neste julgamento.
“Pensei que fosse levar um tiro”, disse Carroll.
Trump se inclinou para seus advogados reagindo enquanto ela falava.
“É quando você vê as palavras que a imagem vem à mente e eu acreditei que isso estava acontecendo naquele momento”, disse Carroll. “Eu apaguei a mensagem para me proteger.”
A voz de Carroll falhou ao descrever outra mensagem violenta que recebeu após o julgamento no ano passado: “Peço desculpas aos presentes no tribunal, porque quando uma – quando uma mulher vê as palavras, não podemos deixar de pensar na imagem. E então ele quer que eu coloque uma arma na boca e puxe o gatilho”, disse ela, lendo o e-mail. “E imagino que muitos de nós agora podemos imaginar isso.”