STJD devolve os 3 pontos que foram retirados do Brusque por caso de racismo na Série B
Júlio Antônio Petermann, presidente do Conselho Deliberativo do Brusque, disse a Celsinho, do Londrina, para "cortar esse cabelo, seu cachopa de abelha"
O plenário do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD) devolveu, nesta quinta-feira (18), os três pontos que foram retirados do Brusque, na Série B do Campeonato Brasileiro, após o caso de racismo contra o jogador Celso Luís Honorato Júnior, conhecido como Celsinho, do Londrina.
Pela maioria dos votos, os auditores resolveram punir o Brusque com a perda de um mando de campo. Ainda mantiveram a multa de R$ 60 mil ao clube e a pena de 360 dias de suspensão mais multa de R$ 30 mil ao presidente do Conselho Deliberativo, Júlio Antônio Petermann, identificado como autor das ofensas racistas.
A equipe catarinense está lutando contra o rebaixamento para a Série C. No momento, com a recuperação dos pontos, a equipe sobe para a 14ª colocação, com 44 pontos. O Londrina é exatamente a primeira equipe na zona de descenso, na 17ª posição, com 41 pontos.
De acordo com Celsinho, que acompanhou o julgamento, “não se trata de um torcedor, uma pessoa que não tenha controle, trata-se de um presidente do conselho, de uma pessoa que deveria dar o exemplo e fazer o melhor. Uma pessoa que estava no estádio e que o clube autorizou.”
Entenda o caso
Na partida entre Brusque e Londrina, válida pela 21ª rodada da Série B, em 28 de agosto, foi anotado pelo árbitro na súmula da partida os termos racistas ouvidos por Celsinho vindos da arquibancada do estádio Augusto Bauer: “vai cortar esse cabelo, seu cachopa de abelha”.
Celsinho ainda relatou ter acontecido outra ofensa racista. “No início do segundo tempo, quando saímos do banco de reservas para aquecer, foi onde saiu a palavra macaco, isso eu ouvi bem alto e claro. Só não relatei para não apontar uma pessoa errada”, disse.
Um dia após o ocorrido, o Brusque emitiu uma nota oficial, onde citava o ato como “oportunismo e falsa imputação de um crime”.
Após a repercussão do caso, em 30 de agosto, o time catarinense emitiu um novo comunicado, dessa vez pedindo desculpas a Celsinho e afirmando ser “contra qualquer tipo de discriminação”.