Portões do Enem são fechados; prova começa hoje em meio a polêmicas
Ministro da Educação garante que 100% das provas chegaram a locais de aplicação
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) começa neste domingo (21) com as provas de linguagens, ciências humanas e redação.
Para saber o local de aplicação do exame, o estudante deve consultar o cartão de confirmação de inscrição disponível na página oficial do Enem. Os portões serão abertos às 12h (de Brasília) e fechados às 13h. A prova irá começar às 13h30 e terminar às 19h.
De acordo com o Milton Ribeirto, ministro da Educação, 100% das provas impressas já foram entregues nas localidades de aplicação em todo o Brasil.
Enem 2021: 100% das provas impressas já foram entregues nas localidades de aplicação, em todo o Brasil. A logística de distribuição começou pontualmente às 8h. Em intervalo de apenas 3h, todas as provas foram distribuídas. 1/2
— Milton Ribeiro (@mribeiroMEC) November 21, 2021
Para a versão impressa foram registradas 3.040.871 inscrições pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Já na versão digital, exclusiva para quem concluiu o ensino médio ou irá terminar em 2021, serão 68.891 participantes.
Ambas versões vão ser aplicadas na mesma data, o que difere da edição de 2020, em que foram separadas.
A redação será manuscrita, independente da modalidade escolhida. Sendo assim, é necessário que todos estejam munidos com caneta esferográfica preta de tubo transparente, único modelo permitido nos locais de prova.
A segunda parte da prova será no dia 28 de novembro, em que serão aplicados os testes de matemática e ciências da natureza.
Os gabaritos das provas objetivas serão divulgados até 1º de dezembro no site e aplicativo oficial do Enem.
Programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e o Programa Universidade para Todos (ProUni) utilizam a nota do Enem para o ingresso de estudantes em universidades públicas e concessão de bolsas em instituições particulares, respectivamente. Entretanto, para estar apto, o candidato não pode ter tirado zero na redação.
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Inep Enem: O aplicativo oficial do Enem traz -- além das informações sobre a prova, como local, horário e dados pessoais do estudante -- conteúdo para estudo com simulados, informações sobre os exames de anos anteriores e a possibilidade de visualizar sua nota e redação de provas anteriores (Android/iOS) • Reprodução
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Questões Enem 2021 e Provas de Vestibulares: O app traz exames de anos anteriores para simulados. Além do Enem, a plataforma aposta no estudo para vestibulares, com gabaritos e explicações (Android) • Reprodução
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Enem Game: O app visa transformar o estudo em um momento descontraído, de forma lúdica. Traz um jogo de perguntas e respostas para estimular o estudo para o Enem. São mais de 7 mil perguntas (Android/iOS) • Reprodução
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Questões Enem - aulas, simulados e provas: o app traz todas as provas de Enem desde 2009. Aposta em simulados como forma de estudo e disponibiliza temas como Ciências Humanas e suas Tecnologias, Ciências da Natureza, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Matemática, Inglês e Espanhol (Android/iOS) • Reprodução
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Prepara Simulado Enem 2021: O app reúne todas as provas do Enem em mais de 3.600 questões. Traz dicas para a redação, os temas abordados em anos anteriores e simulados divididos por áreas (Android) • Reprodução
Polêmicas na edição de 2021
As polêmicas na edição de 2021 do Enem começaram com a demissão coletiva de 37 servidores do Inep em resposta ao que classificaram como “má gestão” do instituto, em 8 de novembro, conforme ofício obtido pela analista de política da CNN Basília Rodrigues.
Ao comentar sobre o caso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, em 15 de novembro, que o Enem neste ano “começa agora a ter a cara do governo”.
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou, em entrevista à CNN, em 16 de novembro, que não houve interferência no exame, e que as polêmicas não passavam de “ruídos pré-Enem”.
Voltando a fazer declarações sobre o exame, Bolsonaro disse, em 17 de novembro, que ele prega “ativismo político e comportamental”, ao fazer uma comparação com o sistema educacional do Catar, no Oriente Médio.
Na Comissão Especial de Educação da Câmara dos Deputados, também em 17 de novembro, Milton Ribeiro endossou o discurso de Bolsonaro, afirmando que o Enem teria a cara do governo porque a prova acontece com “competência e honestidade”.
Após a repercussão dos fatos, o Congresso Nacional decidiu instaurar uma comissão mista de deputados e senadores para apurar a demissão conjunta dos servidores do Inep.
Os parlamentares de oposição ainda enviaram ao Tribunal de Contas da União (TCU), em reunião com a presidente da casa, ministra Ana Arraes, um pedido de investigação do exame, que foi posteriormente acolhido pelo órgão. O ministro Walton Alencar Rodrigues, do TCU, negou no sábado (20) a medida cautelar.
A Justiça Federal do Distrito Federal negou um pedido liminar, em 18 de novembro, para afastamento do presidente do Inep, Danilo Dupas, pelas denúncias de má gestão.
Respondendo à Justiça Federal de São Paulo, em 19 de novembro, o Inep considerou “ilação” uma suposta interferência no Enem, pelo acesso de pessoas estranhas nos ambientes de preparação e impressão das provas. O STJ negou no sábado uma ação
A Justiça Federal de São Paulo extinguiu, também em 19 de novembro, a ação movida pela Defensoria Pública da União (DPU) para obrigar o Inep a comprovar a segurança da prova contra vazamentos, fraudes e interferências.
No sábado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) derrubou a liminar do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) que impedia a aplicação da prova de redação do Enem.
A decisão do TRF4 determinava que essa etapa do exame não fosse considerada no resultado para os candidatos com deficiência que não conseguem se expressar por escrito.
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No primeiro ano, em 1998, apenas duas universidades no Brasil utilizavam a nota do Enem como método de classificação para o vestibular • Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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O MEC passou a conceder isenção da taxa de inscrição aos estudantes da rede pública em 2001.houve um salto no número de participantes, e no ano seguinte o Enem registrou 1.829.170 inscritos • Fábio Motta/Estadão Conteúdo
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15/01/2009: Foto de interno da Fundação CASA, em Itaquera, que faz faculdade com bolsa de estudo integral através do programa ProUni. Em 2004, o programa começou a usar a nota do Enem para concessão de bolsas de estudos integrais e parciais aos participantes • Sérgio Neves/Estadão Conteúdo
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Em 2011, a participação no Enem seria obrigatória para quem quisesse financiar seus estudos por meio do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) • Foto: Agência Brasil
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Estudantes realizam manifestação contra a fraude no processo do Enem 2009. Os manifestantes seguiram da Câmara Municipal, na Praça da Cinelândia, até o Palácio Gustavo Capanema, sede do Ministério da Educação, no centro do Rio de Janeiro • Fábio Motta/Estadão Conteúdo
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Estudantes protestam contra as falhas no Enem em 2010. Alguns estudantes colocaram fogo em cartões de respostas e foram até o Palácio Capanema, sede do Ministério da Educação (MEC) • Fábio Motta/Estadão Conteúdo
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Estudantes fazem manifestação no vão livre do MASP, em São Paulo devido aos problemas ocorridos no Enem 2010. Vazamento dos dados dos candidatos foi um deles • Jonne Roriz/Estadão Conteúdo
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A correção das redações do Enem passou a ser mais rigorosa em 2013. As providências foram tomadas para que casos como inserção de receita de miojo ou hino do Palmeiras - que receberam nota acima 500 - não sejam tolerados • Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
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O segundo dia de aplicação do Enem 2020 teve 55,3% de faltas, abstenção recorde no exame, segundo o Inep. A pandemia adiou a prova de 2020 para janeiro de 2021, mesmo assim, muitos alunos não se sentiram preparados ou seguros para fazer a prova • Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
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Desde 2020, o participante pode escolher entre fazer o exame impresso ou o Enem Digital, com provas aplicadas em computadores, em locais de prova definidos pelo Inep. O MEC anunciou o lançamento da modalidade em 2019 • Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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Dezenas de servidores do Inep, órgão responsável pelo Enem, pediram demissão coletiva de seus cargos em resposta ao que classificam de “má gestão” do instituto, órgão ligado ao Ministério da Educação • Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
(*Com informações de Isabella Faria, Basília Rodrigues, Caio Junqueira, Mathias Brotero, Giovanna Galvani e João de Mari, da CNN e da Agência Brasil)